Em meio a uma economia estagnada e denúncias de corrupção, milhões de sul-africanos vão às urnas nesta quarta-feira para votar no que muitos consideram as eleições mais importantes desde que Nelson Mandela foi eleito presidente, em 1994.
O partido Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), que está no poder há 22 anos, enfrenta uma onda de denúncias de corrupção e de descontentamento com o atual presidente, Jacob Zuma, que podem levá-lo a perder nas cidades mais importantes do país pela primeira vez desde o fim do apartheid.
A disputa se dá principalmente com a Aliança Democrática (DA), um grande partido pró-mercado, que afirma carregar os valores de Mandela duas décadas após o fim do apartheid. No ano passado, a legenda elegeu seu primeiro líder negro, Mmusi Maimane, um pregador e ex-consultor do distrito de Soweto, na tentativa de angariar votos para além da sua tradicional base eleitoral, composta pela parcela branca da população.
O ANC, incluindo o presidente Zuma, combateu as afirmações, afirmando que a oposição histórica branca nunca apoiou Mandela e nunca poderá reivindicar seu legado.
No entanto, a incapacidade do principal partido do país em entregar serviços públicos nas maiores áreas metropolitanas tem abalado a confiança da população. No distrito de Soweto, famoso por sua resistência contra o domínio da minoria branca no país, eleitores faziam fila para votar na escola de Orlando West nesta quarta-feira.
"Estou cansado disso, da corrupção no ANC", disse Sakhele Khumalo, de 50 anos. Ele votou para os Defensores da Liberdade Econômica (EFF), um partido de esquerda liderado pelo ex-membro da UNC, Julius Malema, que têm angariado votos prometendo tomar fazendas e minas controladas por brancos.
Pesquisas de boca de urna são barradas no país, mas pesquisas de opinião mostraram o DA e o ANC em disputas apertadas na capital Pretória e em Joanesburgo, além da cidade industrial de Port Elizabeth. O EFF, de Malema, também vem ganhando terreno.
"As eleições municipais serão um termômetro do ambiente político sul-africano", disse Manji Cheto, vice-presidente da consultoria Teneo Intelligence. "Uma derrota maior do que a esperada do ANC pode tirar sustentação de Zuma, aumentando fortemente as chances de ele sofrer um recall."Fonte: Associated Press.
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