SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ator Raul Gazolla, 65, diz que sempre preferiu que o ator Guilherme de Pádua, 51, ficasse vivo para poder contar o que sabia. Pádua ficou preso sete anos pelo assassinato da atriz e bailarina Daniella Perez, mulher de Gazolla no ano em que morreu, em 1992.
Em entrevista à repórter Livia Mendonça, que vai ao ar no A Noite É Nossa (Record) desta quarta-feira (3), Gazolla revela que em certo momento surgiu a possibilidade de Pádua ser morto, mas que ele não deixou que isso acontecesse.
"Um conhecido me chamou e falou: 'Gazolla, a gente vai dar cabo do cara [que matou a Daniella Perez]. Eu falei: 'Não, eu não quero Ele precisa viver porque tem muita coisa para contar'. E ele está aí, graças à Glória e a mim", conta ele. "A gente não quer fazer a mesma coisa que ele fez. Se não tem a justiça do homem tem a divina", completa.
Na entrevista, Gazolla lembra que conheceu a filha de Glória Perez nos bastidores da novela "Kananga do Japão", exibida pela TV Manchete em 1989. "A primeira vez que eu olhei a Dani, pensei: 'Eu já sonhei com essa menina'. Foi uma coisa incrível. Eu nunca a tinha visto, mas sabia que ela já fazia parte da minha vida", rememora o ator que na época tinha 33 anos, e ela, 19.
A atriz foi morta em um matagal da cidade do Rio de Janeiro ao ser apunhalada pelo ator Guilherme de Pádua e a esposa dele na ocasião. "Na delegacia, eu pensei que ela tinha sido sequestrada. Liguei para a Glória e falei que haviam encontrado o carro, mas nada da Dani. Foi muito difícil", desabafa Gazolla.
"Eu me lembro que estava no velório e que não tinha forças para nada. Eu estava há 24 horas sem comer nem dormir. Eu nem sabia como ela tinha sido assassinada porque não me deixavam ver televisão. Fiquei doido", comenta.
Pastor evangélico desde 2017, Pádua se converteu à religião em 2002, anos depois de sair da prisão em que cumpria pena pelo assassinato da atriz Daniella Perez. Ele está solto há cerca de 20 anos.
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