Por Elaine Rodrigues Em RMVale

'Atendemos o triplo com a mesma estrutura', diz diretor do HU de Taubaté

Relatório da SBSC prova que HU destina dois terços dos leitos para Taubaté

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Anderson Cremasco da Silva, diretor do Hospital Universitário de Taubaté

Divulgação/HU

Em meio a discussão de municipalizar ou não o HU (Hospital Universitário) de Taubaté, o diretor da unidade, Anderson Cremasco da Silva, falou nesta terça-feira (16), com exclusividade ao Meon, sobre a realidade dos atendimentos e os problemas enfrentados para reerguer os setores de maternidade e ortopedia. 

De acordo com Silva, quando a SBSC (Sociedade Beneficente São Camilo) assumiu o HU de Taubaté eram feitos mensalmente 3.000 atendimentos. Já em 2014, esse número mais que dobrou. "Atendemos o triplo de pessoas com a mesma estrutura", disse. 

Segundo relatório da entidade, são realizados, em média, 8.500 atendimentos por mês entre consultas ambulatoriais e pronto-socorro de Ginecologia e Obstetrícia.

"Quando assumimos, o hospital estava sucateado, em decadência financeira. Compramos equipamentos, contratamos equipe especializada, reformamos já parte do prédio que tem quase 150 anos. Ainda tem muito para ser feito, mas é um trabalho que leva ao menos cinco anos", disse Silva.

Estado x Taubaté
O diretor afirma que a briga por leitos entre Estado e prefeitura não é da competência da SBSC. "Se o governo [Estado] devolver para Taubaté a administração do HU, nossa única preocupação será com os funcionários. Como será feito a transição e o encerramento do contrato", explicou. 

Sobre a especulação que os leitos da unidade estão sendo usados mais por pacientes de fora da cidade do que pela população de Taubaté, o diretor rebate. "No nosso relatório de atendimento até novembro de 2014 é possível ver que dois terços das internações no HU foram destinados à pacientes de Taubaté [ver quadro abaixo]. Os exames foram praticamente mais da metade para a cidade e no pronto-socorro de G.O, cerca de 84% dos atendimentos foram para taubateanas".

Apenas no número de consultas médicas, os pacientes de outras cidades superam os números de Taubaté. "Isso acontece porque Taubaté tem outros postos médicos de consulta, diferente das cidades pequenas que precisam que as consultas pré-cirúrgicas ou para encaminhamento para cirurgia sejam feitas aqui com especialistas", detalha Silva.

Problemas
Apesar das melhorias relatadas pela SBSC nos dois anos à frente do HU, o diretor diz que ainda há muito para ser feito. "Faltam leitos para ortopedia. É um setor problemático na saúde, com muita demanda e que sempre gera um gargalo. Também precisamos reformar e ampliar a UTI Neo-Natal. Já temos planos para reformar toda a maternidade também", explica.

De acordo com Silva, os R$ 20 milhões de investimentos prometidos pelo Estado, ainda não foram utilizados, mas só podem ser liberados aos poucos. "Conforme vamos apresentando projetos, as melhorias são feitas. Vamos agora entregar mais 14 leitos de psiquiatria, também investimos em uma UTI adulto. Novos projetos serão enviados e as melhorias feitas. A população mesmo não vê os investimentos em profissionais ou projetos, ela olha a estrutura, a limpeza, e cobra. Estamos fazendo o melhor possível", conclui o diretor.

Municipalização
No último domingo (14), durante um evento em São José dos Campos, estudantes de medicina da Unitau (Universidade de Taubaté), entregaram uma carta aberta para o governador Geraldo Alckmin, contra a municipalização.

Segundo o Diretório Acadêmico Benedicto Montenegro  a saída para a falta de leitos é a construção de um novo hospital. "Nós mostramos para o governador o nosso ponto de vista e ele afirmou que não tem conhecimento deste desejo da prefeitura de municipalizar o HU e que não vê necessidade desta medida.  Alckmin disse ainda que não tem interesse de devolver a administração deste hospital para a cidade", conta a conselheira do diretório acadêmico, Natália Pires de Andrade.

A Prefeitura de Taubaté não assume e nem nega que está pedindo de volta a direção do HU. Em nota, a administração afirma apenas que quer garantir que haja leitos para atendimento à população.

ATENDIMENTO HU (janeiro a novembro de 2014)

Internações
Taubaté - 4.788 - 66%
Outras cidades - 2.426 - 34%

Exames
Taubaté - 34.379 - 55%
Outras cidades - 27.818 - 45%

Consultas
Taubaté - 
28.840 - 40%
Outras cidades - 44.089 - 60%

Pronto-Socorro GO
Taubaté - 
17.540 - 84%
Outras cidades - 3.366 - 16%

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