Participantes do concurso público para a ocupação de vagas na Prefeitura de Canas em 2014, realizado no dia 30 março, questionam o formato da prova e apontam falhas na divulgação dos resultados. Além de supostas negligências nos procedimentos de segurança, os reclamantes afirmam que a avaliação foi marcada por erros.
O concurso, organizado pela empresa AgiRH, foi aberto no final do ano passado e oferecia vagas para mais de trinta funções dentro do quadro municipal.
E.M.A, 48 anos, que preferiu não revelar o nome por medo de represálias, buscava uma vaga no cargo de professora de educação especial. Ela contou que há semanas tenta em vão ter acesso a sua nota. “No cargo que eu prestei, só tem no site da AgiRH os nomes e os pontos dos dez primeiros colocados. Tenho o resultado da prova objetiva porque corrigi pelo gabarito, já a nota da escrita, eu e outras colegas não conseguimos ver até agora”.
A reclamante destacou que ligou inúmeras vezes na prefeitura em busca de respostas, mas além de ser tratada de forma ríspida, ninguém se dispôs a ajudá-la. “Eles ficaram me transferindo para vários setores e no final me mandaram procurar a empresa. Mas, no site de AgiRH não disponibiliza sequer o telefone deles, então acabei mandando um e-mail cobrando minha nota, mas nunca fui respondida. Isso é um absurdo, pagamos R$ 60 pela inscrição e temos o direito de saber nossa pontuação”, protestou.
Em nota oficial, a prefeitura informou que de acordo com a AgiRH, apenas foram divulgadas as notas dos candidatos aprovados, com base na Lei do Constrangimento. Além disso, em caso de terem se sentido prejudicados, os participantes, que estavam com o gabarito e o caderno de provas, poderiam ter entrado com recurso para revisão das notas.
Prova
Durante a avaliação, E.M.A observou supostas negligências nos procedimentos de segurança e erros na elaboração das questões. “Ao contrário do que as outras empresas do ramo fazem, a AgiRH armazenou as provas em um envelope branco fechado apenas com uma fita durex, ou seja, ele poderia ser facilmente violado antes da prova. Além disso, no teste havia duas questões número 15, e as 16 e 17 eram perguntas repetidas”.
Em resposta, o Executivo disse que foi informado pela AgiRH, que as provas estavam em envelopes pardos devidamente lacrados e em cada sala foi solicitado que dois alunos fossem à frente verificar a embalagem para que, somente após, fossem entregues. Sobre os erros e repetições de questões, o Executivo informou que todos candidatos que protocolaram recursos, dentro do prazo estipulado, obtiveram resposta da empresa responsável pelo concurso público.
Outro lado
A reportagem encaminhou uma série de questionamentos à empresa, mas nada foi respondido até o fechamento desta edição.
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