O Coro Sinfônico de São José dos Campos se apresentou no Teatro Municipal da cidade na sexta-feira (1), marcando oficialmente a despedida do regente Sergio Wernec, que esteve à frente do projeto nos últimos 15 anos e seguirá carreira na capital paulista.
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A apresentação contou com 10 músicas e teve duração de quase duas horas. Ao final, o grupo homenageou seu então maestro com depoimentos e receberam os aplausos do público presente, que encheu o espaço.
O Coro Sinfônico da cidade é um projeto iniciado em 2005 pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo e tem o objetivo de educar por meio da música. A iniciativa conta com três núcleos: iniciante, avançado e semiprofissional. Além de frequentarem as aulas, os coristas recebem uma bolsa-auxílio e realizam apresentações em diversos eventos na cidade e na região. O projeto já recebeu premiações e recebeu convites para se apresentar junto a orquestras profissionais de outros locais.
O Meon esteve presente no evento e bateu um papo com Sergio Wernec ao final do espetáculo. Confira:
Qual o sentimento que o senhor sai do Projeto do Coro Jovem?
Saio feliz. Triste por deixar, claro, tem todo um apego pelo projeto, pelas pessoas, e acho que contribuí bastante para o crescimento disso. A Fundação deu suporte para as minhas ideias e isso aconteceu de forma gradativa. Sempre foi sobre o projeto. Quando entrei aqui já tinha 15 anos, hoje completo 30 anos de regência profissional. Eu tenho outros trabalhos de regência, mas esse é um projeto especial porque é um projeto de formação. Já vi muitos desses jovens entrarem aqui sem qualquer perspectiva da vida e acabarem se encontrando por meio da música.
Te toca ter participado desse projeto e sair com dever cumprido?
Certamente é algo que me toca. Eu entrei e o projeto tinha uma cara, e aos poucos eu fui pedindo acréscimos, dando sugestões para o projeto se enriquecer, e chegou nisso. Ainda teriam outras etapas a se cumprir, mas aí fica para os próximos que vão assumir e para a cidade dar continuidade ao projeto, que é o mais importante.

Quais os próximos passos da sua carreira?
Eu estou seguindo. Trabalho no Teatro Municipal de São Paulo como regente assistente do Coro Lírico. Trabalho também em outros coros, então vou seguir. Seguirei os passos que tenho dado. A diferença é que essa cestinha que estava aqui eu vou recolher. As outras cestas continuam lá espalhadas (risos). A gente tem que estar sempre se aperfeiçoando e indo atrás de novos desafios, porque a música é um conhecimento que não tem fim. Você pode achar que sabe, mas não sabe. Tem sempre mais o que aprender então seguirei em frente.
A música é uma forma incrível de expressão dos sentimentos, então para você, o que a música representa para o senhor e o que significa para o senhor trabalhar com a música?
Trabalhar com a música, na nossa realidade, aonde a gente vive, é um privilégio. É complicado, mas eu trabalho com a música há tantos anos, profissionalmente há 28 anos. Comecei muito novo e estava sempre no lugar certo na hora certa, preparado. Acho que o meu diferencial com o projeto é exatamente esse, que aos 18 anos eu já era um músico profissional, com CLT, com todos os direitos de um trabalhador, como qualquer outra profissão. E eu pude durante todos esses anos dar esse caminho, que funcionou comigo, e que poderia funcionar para eles também (músicos do projeto).
Nem sempre dava certo para todo mundo, mas é isso que eu tentava passar, a minha experiência para que servisse de exemplo como um caminho possível dentro da nossa profissão. E quanto à música, acho que a música está além da nossa compreensão. A gente entende mas não sabe explicar. É mais ou menos isso (risos).
O senhor esteve envolvido nesse projeto por 15 anos. Como alguém que conhece bem a estrutura, como acha que o projeto poderia evoluir e se tornar ainda mais forte?
O projeto, se acontecer como está escrito, já está bom. O Governo, a Fundação...quem está na frente disso tem que querer. É a vontade. Basta a vontade de querer fazer, pois é um projeto muito significativo, que tem uma estrutura média - quando comparada à nossa realidade por aí à fora - em termos de coral de formação. Você não encontra isso por aí (outros corais de formação com estrutura).
Então espero que as pessoas responsáveis por isso queiram que isso siga em frente, é o que basta, porque os jovens estão aí. Estão ávidos, às vezes não sabem direito do que se trata, mas com certeza quando eles entram tem uma mudança. Alguns continuam, outros desistem pelo caminho, mas é o normal.
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