Cris Guedes: "desenvolvo protetor solar para o mundo todo"

Cris Guedes apresenta alguns dos produtos da linha de Suncare 

Johnson & Johnson/Divulgação

Maria Cristina Guedes Jorge, 51 anos é diretora de pesquisa e desenvolvimento da Johnson & Johnson. Mais conhecida como Cris Guedes, a profissional de farmácia e bioquímica conta um pouco sobre como é seu trabalho, sua profissão e também sobre o que gosta de fazer para se divertir. Entre outras tarefas, é a pessoa responsável por desenvolver protetores solares para o mundo todo.

Como escolheu a profissão?
Minha família é da área de saúde. Meu pai é médico e mãe farmacêutica, então cresci em um ambiente sempre voltado para a saúde. Além disso, minha mãe é a terceira geração de farmacêuticos. E quando criança eu sempre gostava de farmácia, mas não de medicamento. Gostava de uma coisa mais investigativa, adorava jogar detetive e ler Agatha Cristie, por isso quando fui fazer faculdade. Não tive nenhuma dúvida do curso que eu queria. Eu falo que farmácia está no meu DNA.

Na sua profissão tem muito mais homem do que mulheres?
Quando comecei a minha carreira profissional, eu vou para 29 anos de mercado, eram muito poucas mulheres na área, mas nunca liguei para isso. Sempre fui muito pro lado técnico, da inteligência. A gente nasce igual, então pra mim sempre foi: eu faço, eu consigo. Se não sei, corro atrás.

Acha que a mulher tem conquistado espaço no mercado?
Sim, totalmente! Acho que, principalmente, por que tem uma falta de homem (risos). Às vezes, a gente até quer trazer um homem para dentro da equipe, mas até mesmo por causa da área, que é mais cosmético, tem mais mulher. Meu time hoje a maioria é mulher, mas não por uma questão de preferência, e sim de habilidade.

Qual a parte mais legal do seu trabalho?
A minha maior responsabilidade é desenvolver protetores solares para o mundo todo. E São José dos Campos é o centro de desenvolvimento global de protetor solar. Para isso, você precisa ter um senso global por que a gente desenvolve produto para o mundo inteiro. Eu tenho que saber como é a Ásia, Europa, Estados Unidos, e já pensar numa formulação para diferentes tipos de consumidores. É legal pensar nesses consumidores e desenvolver um produto para todos.

Os protetores para o público da Ásia, por exemplo, são muito diferentes do nosso?
Existem algumas diferenças nas formulações quando um produto é desenvolvido. O primeiro ponto levado em consideração é a legislação de cada país. O outro ponto é atender as necessidades locais (clima, tipo de pele, tendências regionais), além das questões sensoriais: países com clima seco requerem produtos com maior hidratação,  países de clima quente, produtos mais leves, com boa espalhabilidade e fácil aplicação. A cultura asiática, por exemplo, tem preferências por uma pele uniforme e clara, ao ponto de utilizar máscaras que cobrem o rosto inteiro para frequentar praias e piscinas.

Quais as diferenças nos protetores?
O consumidor brasileiro, por exemplo, prefere produtos que tenham sensorial mais seco e controlam a oleosidade da pele. Na Europa existe uma preocupação com hidratação combinada ao protetor solar. Os consumidores asiáticos são bem focados na questão sensorial (texturas leves).

Como vocês sabem o que cada público precisa?
Por ser uma empresa global, a J&J trabalha alinhada com os centros de pesquisa dos outros países e tem acesso às informações e pesquisas realizadas nestes centros. No Brasil, procuramos entender as necessidades locais ao máximo através de pesquisas realizadas junto ao consumidor (entrevistas, testes de avaliação sensorial, dinâmicas com grupos de consumidores).