Por Moisés Rosa Em RMVale

DIG cria setor para investigar casos de pessoas desaparecidas em São José

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Investigador Hélio Valejo, responsável pelo setor de 'Desaparecidos'

Flávio Pereira/Meon

O comando da Polícia Civil de São José dos Campos criou um setor exclusivo na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) para investigar casos de pessoas desaparecidas na cidade. Até 21 de setembro, foram contabilizadas 104 ocorrências, sendo que 80% dos casos foram esclarecidos. O maior número envolve jovens de até 18 anos, principalmente meninas, que somam 30 casos.

A criação do setor ocorre após uma portaria publicada pelo Governo do Estado de São Paulo que autoriza as Delegacias Seccionais a terem um departamento exclusivo voltado às buscas de pessoas. Até junho, os casos envolvendo pessoas desaparecidas eram investigadas pelos distritos policias, onde os boletins de ocorrência eram registrados. 

Para o investigador Hélio Valejo, responsável pelo setor, a criação do departamento está elucidando os casos que não têm vínculo com a criminalidade. "A maioria dos casos de desaparecimento ocorre por conta de problemas familiares e o setor de inteligência está trabalhando em parceria com o Conselho Tutelar para investigar e encaminhar os casos", afirma Valejo.

No apoio às investigações, a DIG solicita informações aos familiares para começar as buscas, como perfis em redes sociais e aplicativos, ciclo de amizades e locais frequentados pelos desaparecidos para montar o banco de dados. "Antes as famílias não tinham uma atenção e os processos ficavam esquecidos, sem um cuidado especial. Com o setor, estamos dando atenção às famílias e sabendo as reais causas", comenta.

Fugas
Sobre os desaparecimentos, a Polícia Civil também traçou o perfil das famílias, que na maioria dos casos, não admitem as fugas dos jovens de casa. "Quando chamamos para as primeiras abordagens, as famílias não admitem que os filhos fugiram de casa, apenas relatam que saíram da residência. O que identificamos é que os familiares deixam uma lacuna entre os filhos, deixando que terceiros se aproximem", diz Valejo.

Da abordagem aos desaparecidos, o investigador ressalta que a primeira reação é de recusa. "Eles [filhos] têm medo do retorno e da reação dos familiares. Em alguns casos, para evitar atritos, encaminhamos para abrigos com o acompanhamento dos conselheiros tutelares. Mas vale ressaltar que a tentativa para o retorno é de responsabilidade da família".

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