Por Marcus Alvarenga Em RMVale

Exposição decola por trajetória da aviação nacional e da Embraer

Mostra apresenta importância de São José na história da aeronáutica

Senhores passageiros, apertem os seus cintos que vamos decolar em uma viagem na história da aviação. Voltando no tempo, para o primeiro voo de Santos Dumont, em 1906, até o lançamento dos mais novos modelos de 2017 da Embraer.

Desde a última quinta-feira (1º), a trajetória da evolução aeronáutica está sendo contada a milhares de visitantes do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. A decisão do endereço para apresentar a história da empresa joseense e da aviação se deu pela relação entre a transformação da tecnologia e do design das aeronaves, tema principal das exposições do museu, que é voltado a área de design.

“O Museu da Casa Brasileira é especializado em design. E design com aviação tem tudo a ver, é a essência do negócio. A gente tem uma história, uma massa, um legado, com relação a esse tema, e que não temos certeza se é completamente explorado, no melhor sentido da palavra. O brasileiro tem muito do que se orgulhar”, conta o gerente do Instituo Embraer, Andre Tachad, que acompanhou toda a construção da exposição.

A ideia do projeto se deu por parte do próprio museu, que vinha há cerca de 10 anos buscando se aproximar da Embraer, mas somente a dois anos conseguiu a aprovação da empresa e o acesso ao acervo, segundo o curador da exposição, Guto Lacaz.

“Eu já tinha feito duas exposições sobre Santos Dumont, em 2006 e 2009, e a cerca de dois anos eles me convidaram com a ideia de fazer uma exposição sobre a produção da Embraer. Mas como historiador, eu queria contar o passado, e mostrar que a Embraer é fruto de conquistas, erros, acertos e tentativas anteriores da aeronáutica”, explica Lacaz.

O passado e o presente se cruzam por toda a mostra, levando ao visitante visualizar a evolução da tecnologia e dos métodos utilizados em ambos os tempos.

“Decidimos pela construção das paredes por meio da informação, onde em uma mostramos a construção, o projeto e fomos fazendo grupos de informação. Assim, a gente fez um painel que abrange desde o inicio, foi uma soma de encontros, já que o museu tem essa função de educar, de contar as historias para que elas não fiquem isoladas no tempo”, explica o curador da exposição.

O painel citado por Guto Lacaz é o que dá boas vindas aos visitantes e já os insere a viagem no tempo, mostrando mais de 50 protótipos das principais aeronaves de acordo com a sua data de primeiro voo. E a idealização dessa cronologia se deu com ajuda do engenheiro Osires Silva, um dos responsáveis pela criação da Embraer.

“Esse painel estava na minha cabeça. Junto com o Osires Silva selecionamos as aeronaves que teriam sido importantes da Embraer e dos pioneiros. Ai foi diagramar fazer barras do tempo e pedimos a Embraer para oferecer todos os modelos. Acredito ser um grande abraço em uma historia que nunca foi contada, apenas vemos fragmentada, mas nunca inteira assim, é a primeira vez, eu garanto”, completa Lacaz.

 

São José dos Campos

Em todo o percurso da exposição é possível identificar a influência e impacto dos projetos desenvolvidos por institutos e empresas sediados na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, garantindo para a região uma importância no mercado, segundo os especialistas que apresentaram a mostra.

“São José dos Campos e o Vale do Paraíba são o coração do polo aeronáutico do Brasil. Esse produto que vemos aqui exposto, que encanta as pessoas, ele nasce tão segmentado, tão dividido, ele nasce em São José dos Campos”, comenta Andre Tachad, gerente do Instituto Embraer.

Para o curador, a cidade já havia sido escolhida para iniciar esse projeto visionário. “São José foi enunciado por Santos Dumont como sendo o lugar ideal para nascer à indústria da aeronáutica. Foi um dedo de Santos Dumont para a cidade”, cita.

Com tanta relação da história com São José, o gerente da Embraer não descarta a vinda da mostra para a região, mas confirma que ainda precisam ser feitas análises para tornar a exposição itinerante.

“Vamos trabalhar para isso, vamos ver o que a gente consegue. A gente tem um coração ainda batendo forte em São José. A gente entende a importância de São Paulo como um centro divulgador, mas vamos sempre continuar trabalhando para fomentar os projetos em São José”, conclui Tachad.

 

Interativo

Desde a primeira sala até a área externa, os visitantes vão ter como interagir com os protótipos, analisar os desenhos dos projetos das aeronaves, movimentar de forma digital as estruturas de novos aviões e simular o voo com o planador de Leonardo Da Vinci. Além disso, conhecer por dentro o cargueiro militar, KC-390, da sua cauda traseira a cabine dos pilotos, utilizando óculos virtuais e uma sala com simulador 3D.

A Boeing, parceira da Embraer e da exposição, também traz para a mostra uma interação socioeducativa com as crianças e adolescentes, promovendo atividades manuais para brincar e ensinar.

“Educadores junto com engenheiros da Boeing pensaram em atividades que explicasse os mecanismos da engenharia que esta por trás da aviação. Uma das atividades que vamos ter aqui é construir um avião, como um pássaro, que vai desenvolver o conceito de como um avião voa, explicar o conceito de física e engenheira que esta envolvida. Vamos trazer de uma maneira simples que a criança consiga fazer e entender como é feito”, explica Eliane Porfiro, coordenadora de responsabilidade social da América Latina da Boeing, sobre o programa dentro da exposição.

 

Design na Aviação Brasileira

Quando: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h - até 20 de agosto

Onde: Museu da Casa Brasileira, avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano, São Paulo

Quanto: Gratuito (fim de semana e feriados) | R$ 4, meia-entrada e R$ 8, inteira (terça a sexta-feira)

Informações: (11) 3026.3913 | agendamento@mcb.org.br | www.mcb.org.br

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