Por Marcus Alvarenga Em RMVale

Família recorda momentos felizes com adolescente morto em São José

'A senhora é a vó mais linda do mundo', lembra bisavó

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Jovem não resistiu aos ferimentos

Reprodução 

O adolescente morto após ser espancado pelo padrasto, já preso, foi sepultado na tarde desta terça-feira (26), no cemitério municipal do Morumbi, zona sul de São José dos Campos.

Os familiares presentes buscaram trazer para aquele momento as melhores lembranças ao lado do garoto de 14 anos.

O pai, Jefferson Rodrigo de Moura, relembra a chegada do primeiro filho e a vontade de viver do menino desde os primeiros dias de vida.

“Ele nasceu dia 18 de janeiro de 2003. Nasceu perfeito, mas no segundo dia de vida ele teve meningite, por uma infecção hospitalar no pronto-socorro. Ele ficou internado por trinta dias, e no trigésimo dia, ele se recuperou e teve alta”, lembra o pai.

“Mesmo ficando sequelas, ele se desenvolveu naturalmente. Com três anos ele começou a andar, que atrasou um pouco pela meningite. Depois, com sete anos, ele apresentou um atraso na fala, mas seguiu como uma criança normal, andava, corria, brincava, comia, dava risada, era muito alegre”, conta.

Para toda a família, a vontade de ajudar à todos prevalecia, deixando de lado as dificuldade pela deficiência.

A bisavó de 80 anos, Maria José Fartes Ricotta, foi a última a estar junto com o menino antes de ele ir para a casa da mãe passar as férias, para ela esse dia foi muito especial.

“Não sabia que ele ia embora naquele dia, quando o pai dele foi buscar estávamos almoçando. Ele me ajudava na cozinha e em tudo, era um companheiro”, conta emocionada.

Irmãos e primos

No último mês, o primo Alefe Fazio, realizou um desejo do adolescente, levando ele e os dois irmãos, de 9 e 12 anos, para assistir um filme 3D no cinema.

“Recentemente combinamos em assistir um filme e ele falou que nunca havia assistido 3D, então decidi levar todas as crianças. Nunca vou me esquecer dele nesse dia se divertindo com os irmãos e bem alegre. É uma coisa que ficou marcada na minha memória”, relata.

O primo destaca que o mais bonito era a cumplicidade entre ele e os irmãos, que compreendiam o seu atraso e sempre estavam ajudando.

“Os dois irmão eram suporte dele, era um trio maravilhoso de ser ver, sempre unidos. Mesmo sendo menores, eles sabiam da dificuldade dele e era lindo de ver o companheirismo, todos se ajudando”, relembra.

Socialização

O pai, bisavó e os demais familiares comentam que o adolescente se relacionava facilmente com as pessoas, nunca tendo uma situação de complicação por sua deficiência, tanto com crianças quanto com os adultos.

“Ele brincava com todo mundo, interagia com todos. No lugar que ele chegava todos já acostumavam com o jeito especial de ser dele”, diz Jefferson. “Eu até senti um pouco de medo, para preservar ele, mas como a mãe fazia tempo que não via ele, decidi por dar um crédito. Não acreditava poderia voltar a acontecer algo de grave. Talvez eu tenha errado em o deixar ir”, completa o pai.

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