Acordar às 5h30, preparar o café e banho para os cinco netos. É só o começo da longa rotina da dona de casa Marilene Matias. Esse esforço todo é devido à falta de transporte escolar para os alunos do bairro Santa Terezinha, mais conhecido como Turma Vinte e Seis, em Cachoeira Paulista.
De acordo com Marilene, a única escola infantil do bairro sofre com a constante falta de professores e isso faz com que os poucos profissionais juntem os alunos de séries diferentes em uma mesma sala, oferecendo um aprendizado precário em que as crianças não conseguem assimilar o conteúdo. Diante da situação os pais preferem matricular seus filhos nas escolas estaduais e municipais no Centro.
Outra questão alarmante no bairro é a falta de calçamento. As ruas estão esburacadas dificultando o acesso dos moradores. Segundo a moradora, até mesmo os taxistas não querem ir até o bairro para não ter prejuízos com o carro.
O trajeto que era feito de bicicleta pelas crianças, nos últimos dias tem sido a pé, já que as bicicletas não aguentaram os buracos encontrados na via que, segundo os moradores, não recebe manutenção. “Esse é outro problema que enfrentamos aqui, estamos abandonados. Acho que merecemos melhorias, o calçamento veio até o meio do caminho e parou. Eles estão todos sem bicicletas porque elas estragam e não tem que aguente”, lamentou.
Saúde
De acordo com uma moradora, que não quis se identificar, o bairro está sem médico na unidade do Programa Saúde da Família e nos últimos dias conta apenas com o atendimento da enfermeira e de uma atendente. “Tinha um médico que atendia duas vezes por semanas e agora não tem mais. Quando precisamos de receita a enfermeira pega aqui e leva lá no Embauzinho onde ela também dá plantão”, contou.
A moradora lamentou as condições do bairro e cobra da Prefeitura uma atitude emergencial. “O bairro tem uma dificuldade grande e não entendemos, porque na hora de cobrar IPTU é considerado zona urbana, mas quando se trata de serviços, professores, escolas eles dizem que é zona rural. Pagamos impostos, acredito que temos os mesmos direitos”, lamentou.
Prefeitura
As reclamações foram rebatidas pela administração municipal. Sobre o transporte escolar, o atual governo manteve, em 2013, as rotas existentes e iniciou o estudo para adequação do serviço. Em 2014, com o cancelamento do convênio com o Estado, a Prefeitura não incluiu a rota do bairro, já que a comunidade conta com a escola de educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental e nem precisaria se deslocar até o centro.
A administração destaca que oferece educação infantil e ensino fundamental 1 (1º ao 5º) e que a demanda de alunos é pequena, por opção das famílias. São 18 alunos das séries iniciais (1º ao 3º ano), sete das séries finais (4º ao 5º ano), sendo que educação infantil não houve demanda para abrir as salas.
Sobre o posto de saúde do bairro, a secretária de Saúde informou que a médica titular da unidade pediu desligamento de suas funções, alegando motivos pessoais. "Um médico da unidade de saúde do bairro Margem Esquerda já foi transferido para atender no posto do Santa Terezinha.
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