GM e sindicato têm nova rodada de negociação no TRT

Nova reunião entre GM e Sindicato ocorre na terca-feira

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Uma nova tentativa de negociação entre o Sindicato dos Metalúrgicos e a General Motors sobre a implantação do layoff na fábrica de São José dos Campos acontece nesta terça-feira (9).

Esta será a terceira audiência que o Tribunal Regional do Trabalho promove para tentar mediar um acordo entre as partes.

Nem o sindicato, nem a GM quiseram falar sobre as propostas que levarão à mesa de negociações.

Intervenção Política

A comissão de vereadores de São José, criada para discutir as negociações do layoff, irá se reunir com diretores do SindMetal na próxima quarta-feira (10) às 16h na Câmara Municipal, logo após a audiência em Campinas que ocorre no dia anterior.

“O Sindicato dos Metalúrgicos nos procurou para que nos passassem a versão deles diante dos fatos que vem ocorrendo”, explica o vereador Lino Bispo (PR), autor do requerimento que pediu a comissão.

O objetivo, segundo o vereador, é de ouvir a montadora ainda nesta semana. “Estamos preocupados e queremos sensibilizar a GM diante de possíveis demissões que possam ocorrer em nossa cidade”, conclui o vereador.

A data da reunião com a GM ainda não foi agendada.

Compõem a comissão o presidente da Câmara, Juvenil Silvério (PSDB), o autor da proposta, vereador Lino Bispo (PR), e os parlamentares Amélia Naomi (PT), Cyborg (PV), Dulce Rita (PSDB), José Dimas (PSDB), Maninho Cem por Cento (PTB), Renata Paiva (PSD), Sérgio Camargo (PSDB), Valdir Alvarenga (SD) e Wagner Balieiro (PT).

Manifestações

A nova rodada de negociação entre a direção da montadora e o sindicato ocorre em meio a protestos favoráveis e contrários de entidades ligadas ao munícipio. Na última sexta-feira (5), o Ministério Público do Trabalho (MPT) de São José dos Campos emitiu manifesto em apoio ao SindMetal diante do impasse nas negociações de layoff com a montadora GM.

A carta de apoio ao Sindicato também teve a adesão da Federação das Associações e Departamentos de Aposentados do Estado de São Paulo (Fapesp) e outras Entidades Sindicais.

“O momento é de somar forças para que haja estabilidade no emprego para os trabalhadores da GM, nesse sentido, esse manifesto com dezenas de assinaturas fortalece nossa luta”, esclarece Renato Almeida, secretário geral do SindMetal.

O manifesto em apoio ao Sindicato foi recebido dias após um grupo de empresários de São José divulgar uma carta aberta, através do Grupo de Estudos de Desenvolvimento Econômico, Social e Político (Gedesp) de São José, apoiando o layoff.

Em carta aberta, o Gedesp, que reúne 11 entidades patronais, manifestou-se contrário à decisão do Sindicato dos Metalúrgicos em não aceitar a proposta de layoff feita pela montadora.

A carta de apoio ao Sindicato, divulgada nesta sexta-feira (5), repudia a atitude do Gedesp. “Se estivessem de fato preocupados com o emprego dos trabalhadores, também cobrariam estabilidade”, enaltece um trecho da carta.

Impasse

A General Motors alega que tem um excedente de 1.600 trabalhadores em São José e que a suspensão dos contratos, conhecida como layoff, seria uma forma de adequar a produção à demanda do mercado.

A intenção da montadora é adotar um layoff por cinco meses, com possibilidade de prorrogação por mais cinco, “com tempo para atravessar a turbulência econômica” do país, segundo comunicado distribuído aos trabalhadores.

O Sindicato dos Metalúrgicos cobra da montadora a garantia de estabilidade do emprego dos funcionários.

Na última semana, a montadora enviou comunicado aos funcionários ameaçando demitir os 1.600 trabalhadores considerados excedentes caso o acordo de layoff seja rejeitado.

Em meio ao impasse, a GM concedeu quatro dias folgas alternadas aos funcionários da unidade, o último deles nesta terça-feira, válido para todos os trabalhadores das linhas S10/Trailblazer, CCM, estamparia e injetores.