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Macapá: "a greve é uma arma para os trabalhadores"; Ciesp critica postura

"Nenhum trabalhador gosta de fazer greve, mas a greve é uma arma para os trabalhadores." A afirmação é de Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, que deu início em 5 de julho à campanha salarial da categoria.

Desde o início do ano, o sindicato deflagrou paralisações em mais de 15 empresas por reivindicação de PLR (Participação nos Lucros e Resultados), atrasando a entrada de trabalhadores ou interrompendo a produção.

Até agora, a mais expressiva foi na General Motors, em São José, quando os 5.500 trabalhadores cruzaram os braços por 24 horas devido a proposta de PLR da empresa. Após mais de 30 horas de negociação, ficou definido o pagamento mínimo de PRL em R$ 14.050 mil e no máximo R$ 20.344,45 para todos os funcionários.

A campanha salarial só termina quando todos os acordos forem fechados. No dia 1º de setembro ocorre a data base da categoria, quando todos os trabalhadores devem receber os salários já com os reajustes que vão vigorar até agosto de 2015. Até lá, o sindicato não descarta a realização de mais greves durante o período de negociações com as empresas.

"A greve é usada quando os patrões travam as negociações e se recusam a atender as reivindicações dos trabalhadores. A greve, que é um direito constitucional da classe trabalhadora, é sempre o último recurso e só é deflagrada com aprovação em assembleia pelos trabalhadores", diz o sindicalista.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José também atende Caçapava, Jacareí, Igaratá e Santa Branca, que somam 1.300 empresas e 43 mil trabalhadores, sendo 22 mil associados -51% do total de metalúrgicos nas cinco cidades da área de abrangência da entidade.

Além do aumento salarial de 12,98% solicitado na campanha salarial, a categoria também reivindica redução da carga horária. O índice de reajuste é composto por uma estimativa de 6,9% de inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), entre setembro de 2013 e agosto de 2014, mais 5,69% de aumento real.

Segundo o presidente, os trabalhadores da categoria são os que mais injetam dinheiro na economia das cinco cidades. "Somos 43 mil metalúrgicos e a renda desses trabalhadores é importante para a economia regional. Além disso, no primeiro semestre de 2013, injetamos R$ 180 milhões com PLR", diz Macapá.

Outro lado
"O sindicato sempre procura fazer greve, faz greve por qualquer coisa e acaba prejudicando todo o mundo. As empresas têm contrato de fornecimento e se paralisa a produção, pagam multa. O sindicato sabe disso e usa as greves como chantagem. Outra coisa: onde está o livre arbítrio do funcionário que quer entrar na fábrica quando eles estão em greve?", questiona o presidente do Ciesp (Centro das Indústrias de São Paulo) de São José dos Campos, Almir Fernandes.

"Eles só pensam neles porque quando os funcionários ganham, eles também ganham. O empresário sempre quer negociar, mas tudo tem limite e eles não tem. Por isso que, em alguns casos, fica tão inviável para a empresa que acaba saindo do mercado", completa Almir.

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