Águas do rio do bairro Taquaral, em Ubatuba, são usadas nas atividades dos moradores da área rural
Patrícia Rosseto/Imprensa Livre
Mais de 100 famílias da área rural do Taquaral, em Ubatuba, estão insatisfeitas, com a decisão de despejar o esgoto tratado, que será proveniente da atual construção da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), órgão da Secretaria de Habitação do Estado, no principal manancial de água do bairro. Eles querem que haja investimento do Estado em saneamento básico para o bairro todo, pois este, de acordo com eles, só existe até o empreendimento do CDHU.
Sem saneamento, as casas da área rural, localizadas logo após a ponte do rio Taquaral, contam com água de vem da serra e fossas individuais. É atividade cotidiana usar as águas do rio para diversas atividades como lavagem de roupas e louças, principalmente em épocas de seca, quando a água chega a faltar por dias.
“Para nós a água não é suja e ainda depois daqui, o rio passa nas comunidades da Barra Seca, Casanga e Perequê”, explicou a dona de casa Geralda Rodrigues Barbosa, 42 anos.
De acordo com o construtor e conselheiro da Associação do Bairro Taquaral, Valdemar Soares Araújo, 42 anos, depois da reclamação dos moradores ao prefeito Maurício Moromizato (PT), realizada durante uma reunião do Orçamento Participativo (OP), a promessa foi que o esgoto do novo empreendimento vai ser despejado um pouco mais distante do projeto inicial, a 250 metros da ponte.
Segundo Araújo, o rio é usado, inclusive, para banho recreacional de moradores e turistas e esta não é a única demanda do Taquaral. “Não temos água, esgoto, iluminação e não conseguimos legalizar a documentação das nossas casas, que está há um passo de se resolver. Queremos que a prefeitura traga coisas boas para os atuais moradores”, disse.
Para José Rubens de Souza Brito, 50 anos, conhecido como Baiano, também construtor e conselheiro da Associação do Bairro, a questão do esgoto da CDHU não é fácil de lidar. “Aceitamos pois mesmo em cima da razão pode vim a “força” (polícia, ambientalistas, governantes)”, apontou ele e acrescentou:
“Tenho certeza que não haverá manutenção, pois fizeram isso no bairro Sumidouro e nunca passam lá para ver o estado que está, com esgoto pelas ruas. Imagina você sair da sua casa e encontrar esgoto”.
Segundo Baiano, não há melindre dos atuais moradores do Taquaral contra aqueles que ocuparão o prédio. “A construção está aí, não tem jeito de parar. São muitas famílias que vêm para morar. O que queremos é que a administração e os órgãos do meio ambiente da cidade deem exemplos e não apenas cuide da área da CDHU e sim do bairro todo”.
Aprovação
Em nota, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), informou que tanto a execução do empreendimento como da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) estão em fase de conclusão, com previsão para entrega em setembro deste ano.
Ainda de acordo com a Secretaria de Habitação do Estado, a ETE está sendo construída de acordo com o aprovação da Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico e de Defesa do Meio Ambiente (Cetesb) e garante o nível de tratamento previsto na legislação vigente.
Conforme a CDHU, foi realizada uma reunião com a população vizinha, esclarecendo todas as dúvidas sobre o tratamento e a mudança do ponto de lançamento do efluente tratado, atendendo as questões apresentadas pela população.
“A CDHU é responsável pela edificação assim como a execução da ETE, visto que não existe equipamento semelhante nas proximidades”, conclui a nota.
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