Por Vinicius Assis Em RMVale Atualizada em 21 JUL 2020 - 15H35

Mulheres em campo: o futebol feminino em ascendência na região

Os dois maiores times da região contam com fortes times femininos que representam a região em campeonatos nacionais e internacionais

Rafael Citro/E.C. Taubaté
Rafael Citro/E.C. Taubaté
São José e Taubaté contam com equipes fortes no futebol feminino


Já faz tempo que futebol deixou de ser um esporte exclusivamente masculino. Dentro de campo, muitas mulheres estão provando ao mundo que tem talento de sobra com a bola nos pés. Elas vêm ganhando cada vez mais espaço nos holofotes do esporte.

No Vale do Paraíba não é diferente, São José e Taubaté se mostram interessados em investir no futebol feminino, que vem mostrando resultado nos últimos anos.

No São José E.C. o futebol feminino começou em 2001, quando a prefeitura da cidade resolveu montar um time para a disputa do Jogos Abertos do Interior, mas pelo bom desempenho da equipe, o time da prefeitura se uniu com a Águia. Em 2010 a equipe surpreendeu no Campeonato Paulista e chegou à final da competição, mas acabou sendo derrotado pela forte equipe do Santos.

Já em 2011, a equipe conquistou o continente ao vencer a Copa Libertadores, superando as chilenas do Colo-Colo no Martins Pereira. Em 2012, a boa fase se manteve, ano em que a equipe venceu a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista, já em 2013 as meninas da Águia conquistaram o bicampeonato da Copa do Brasil e da Copa Libertadores da América. O auge do time foi em 2014, quando faturou a Tríplice Coroa, com os títulos do Paulistão A1, da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes. Em 2015 o time faturou mais um Campeonato Paulista.

Atualmente a equipe feminina do São José disputa o Campeonato Brasileiro Feminino na série A e o campeonato paulista da primeira divisão.

Já o Taubaté também conta com uma equipe feminina em ascendência. Em 2019 a equipe disputou a Série A2 do Campeonato Brasileiro, no que foi a primeira competição da equipe a nível nacional. As meninas do Burro da Central fizeram história e bateram na trave de conseguir o acesso para a primeira divisão, ao serem eliminadas para o São Paulo, na semifinal. Com o resultado, as meninas ficaram com a terceira melhor campanha a nível nacional.

Ainda em 2019, o Taubaté venceu a Taça da Mulher de forma invicta. Para 2020, a equipe só tem o campeonato paulista anunciado oficialmente, mas pode jogar outras competições nacionais caso receba o convite. Para disputar o campeonato, o Burro da Central conta com uma mescla de jogadoras que foram destaques no ano passado com novas atletas da base e algumas contratações. No elenco de 19 atletas, cinco são da base do time, nove remanescentes e cinco novidades.


Para Ionara Ferreira, meio campista do Taubaté e uma dos destaques da equipe, o esporte feminino tem muito a crescer, não apenas no futebol. “O vale é muito grande, tem muitos talentos, não só para o futebol, mas outras modalidades também. Primeiro ponto de melhoria seria mesmo na visibilidade, poderia ter mais jogos transmitidos, mais anúncios, valorização, e tem a parte financeira que é um ponto que deveria ser muito melhor, pois as mulheres tem condições”, afirma a meio campista que desde 2014 defende o Burro da Central.

Já para Geisi Fiorotti, que também atua como meia e é cria da base do São José, a visibilidade vem aumentando, mas ainda falta muito para a igualdade com o futebol masculino. “Ainda existe um grande abismo seja na divulgação, na parte econômica, em tudo, a visibilidade é que tem melhorado cada vez mais, [campeonatos] Paulista, Brasileiro, Copa do Mundo, o futebol feminino está sendo visto, e isso é importante para que as pessoas entendam que o futebol feminino é muito mais amor”, afirma.

Com apenas 19 anos e há dois anos e meio atuando pela Águia do Vale, Geisi também contou o que espera do futuro do futebol feminino. “Minha expectativa é que a modalidade cresça, que cada vez mais as pessoas incentivem as filhas a praticarem o esporte, que a nova geração continue a lutar para que cresça cada vez mais. Acredito que com a valorização, com a divulgação, com as pessoas prestigiando no estádio é a melhor forma de buscar a igualdade com o masculino”, conta.


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