Por João Pedro Teles Em RMVale

Novo dia de protestos na favela Santa Cruz tem arrastão, carro incendiado e tentativa de emboscada à PM

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Depois de ser roubado, carro modelo Fox foi incendiado no Anel Viário

João Pedro Teles/Meon

Quatro carros foram roubados, sendo que um deles foi incendiado, em novo protesto promovido por moradores da favela Santa Cruz, região central de São José dos Campos. Por volta das 19h, cerca de 15 pessoas, na maioria jovens, atravessaram uma caçamba para evitar o fluxo na avenida Teotônio Vilela, conhecida como Fundo do Vale. 

É o segundo dia consecutivo que os moradores se manifestam contra o envolvimento de um PM na chacina ocorrida na favela em dezembro de 2013. No início da noite desta quinta-feira (31), aproximadamente 60 pessoas bloquearam a mesma avenida e os moradores chegaram a entrar em confronto com a tropa de choque.

Desta vez, a violência foi a marca do protesto. Com o trânsito parado, assaltantes aproveitaram para fazer um “arrastão” no local. Quatro carros foram levados e um modelo Fox foi incendiado no meio da via, evitando a passagem dos outros motoristas.

O fogo só foi controlado por volta das 20h, quando a via foi finalmente liberada para o tráfego de veículos. “A ação foi muito rápida. O trânsito parou do nada como eu nunca tinha visto aqui em São José. Poucos minutos depois, três pessoas me mandaram sair do carro e ainda levaram dois celulares. Tinha muitos assaltantes levando vários carros, não consegui identificar quantos”, explica um motorista que preferiu não se identificar.

De acordo com a polícia, com exceção do Fox incendiado, todos os carros foram recuperados, sendo um deles, modelo Gol, após perseguição policial que aconteceu dentro da favela por agentes da Rocam. Apenas um assaltante foi preso.

Emboscada
Por volta das 17h, a PM desconfiou de uma briga entre duas pessoas que acontecia bem abaixo da câmera do COI na avenida Nelson D’Ávilla, próximo à favela. Logo depois, uma ligação anônima à polícia denunciou que um carro modelo Ka, roubado na quinta-feira, havia sido encontrado bem justo em uma rua sem saída na comunidade.

As ações seguidas levantaram a suspeita de emboscada por parte dos policiais, que decidiram por fazer uma blitz na Nelson D’Ávilla para chamar a atenção dos moradores enquanto uma equipe se deslocava até onde estava o veículo roubado. Foi nesse intervalo de tempo que o protesto começou. De acordo com policiais que cobriram a manifestação, os assaltantes chegaram a cortar caminho por morros de terra que dão até o interior da favela. 

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