Nesta segunda-feira (6), mais de 150 parlamentares, ministérios e ex-presidentes de 26 países publicaram uma carta divulgada pela Progressive International, alertando sobre o risco de os atos de 7 de setembro, convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), criarem uma “insurreição” que pode “colocar em perigo a democracia no Brasil”.
Na carta, os políticos manifestaram preocupação sobre um possível “Golpe de Estado”.
“Neste momento, o Presidente Jair Bolsonaro e seus aliados - incluindo grupos supremacistas brancos, a polícia militar e funcionários públicos em todos os níveis de governo - estão preparando uma marcha nacional contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso em 7 de setembro, aumentando os temores de um golpe de Estado na terceira maior democracia do mundo”, escreveram.
Eles relembraram que, no dia 10 de agosto, o presidente organizou um desfile militar na capital, Brasília, e seus aliados no Congresso impulsionaram "reformas radicais" no sistema eleitoral do país, fazendo referência à tentativa do Bolsonaro de tornar o voto impresso.
“Agora, Bolsonaro convoca seus apoiadores para viajar a Brasília em 7 de setembro, num ato de intimidação das instituições democráticas do país. De acordo com uma mensagem compartilhada pelo presidente em 21 de agosto, a marcha está em preparação para um ‘necessário contragolpe’ contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. A mensagem afirmava que a ‘Constituição comunista’ do Brasil havia retirado o poder de Bolsonaro, e acusava o ‘Poder Judiciário, a esquerda e todo um aparato, inclusive internacional, de interesses escusos’ ao conspirar contra ele”, continuo a carta.
Na conclusão da carta, os políticos demonstram preocupação com a “ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil” e que estarão vigilantes para defendê-las antes e depois de 7 de setembro.
“O povo brasileiro tem lutado durante décadas para garantir uma democracia contra o domínio militar. Não devemos permitir que o Bolsonaro os tire agora”, finalizaram.
O texto foi assinada por políticos e intelectuais ligados à esquerda de 26 países. Entre eles o ex-primeiro ministro da Espanha, José Luis Rodrigues Zapatero; Fernando Lugo , presidente do Paraguai; Adolfo Pérez Esquivel , Prêmio Nobel da Argentina; Noam Chomsky, Professor nos EUA, entre outros.
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