Por IPTU, manifestantes bloqueiam entrada do Tebar em S. Sebastião

Trabalhadores do Tebar de São Sebastião bloquearam acesso por oito horas

Jorge Mesquita/Imprensa Livre

Trabalhadores do Tebar (Terminal Almirante Barroso) de São Sebastião bloquearam o acesso ao local por volta das 7h desta quarta-feira (22). A manifestação foi em protesto ao não pagamento de R$ 60 milhões de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) pela Transpetro/Petrobras entre 2012 e 2014. Segundo a empresa, a tentativa de paralisação foi organizada pelo prefeito Ernane Primazzi (PSC).

O impasse sobre o pagamento já se arrasta há três anos entre prefeitura e empresa. Em entrevista a um jornal local, Primazzi ressalta que se o pagamento não for efetuado terá que demitir 300 funcionários. “Do jeito que está, é melhor a Petrobras sair da cidade e termos esta área nobre para empreendimentos que deem retorno”, disse o prefeito.

Os manifestantes bloquearam a entrada da Transpetro com micro-ônibus e caminhões coletores de lixo pertencentes a empresas que prestam serviços à prefeitura. De acordo com a Transpetro, os portões foram liberados no final da tarde.

Por meio de sua assessoria, a Transpetro repudiou a participação do prefeito no episódio. "A Transpetro repudia com veemência a tentativa do prefeito de São Sebastião de paralisar o Terminal Almirante Barroso (Tebar). Com base na alegação infundada de não recolhimento de IPTU, veículos a serviço da prefeitura estão sendo utilizados para bloquear as entradas do terminal e tumultuar o trânsito e a vida da cidade", disse a nota.

Sobre os pagamentos de IPTU, a petroleira afirma que considera o valor desproporcional. "Em 2013, quando a prefeitura propôs um aumento de 133% sobre o valor pago em 2012, a Petrobras passou a depositar em juízo por considerar o aumento desproporcional", completa a nota da empresa.

No final da tarde, o bloqueio da portaria foi liberado pelos manifestantes e os caminhões, retirados.

Trânsito 
Com o bloqueio da entrada do terminal, houve congestionamento de 20 km na rodovia Rio-Santos, entre São Sebastião e Caraguatatuba. O motorista levou cerca de 3 horas para efetuar o trajeto, que normalmente é percorrido em 30 minutos. 

Outro lado
Por meio de sua assessoria de imprensa, o prefeito de São Sebastião lamentou o posicionamento da Transpetro. De acordo Primazzi, a empresa falta com a verdade, emite falsas acusações e se utiliza de números "para tentar justificar sua falta de consideração para com a população de nossa cidade".

"Quando a Transpetro diz que em 2009 pagou R$ 5 milhões, esse valor computa um desconto de 10% para pagamento à vista. Agora, em 2014, ela diz que o valor é de R$ 54,6 milhões, mas não cita que teria direito a desconto de 20% se pagasse nas mesmas condições de 2009, o que faria o valor cair para R$ 43,6 milhões, e também omite o fato de que a Planta Genérica de Valores do município já vinha há onze anos sem aumento correspondente à efetiva valorização do seu patrimônio imobiliário", ressalta o prefeito.