Turistas reclamam de cobranças abusivas no comércio de Aparecida
Flávio Pereira/Meon
A Prefeitura de Aparecida vai intensificar a fiscalização em restaurantes na tentativa de coibir a ação de agenciadores contratados para atrair clientes com preços menores do que são cobrados. A Secretaria de Turismo decidiu agir depois de receber denúncias que turistas foram enganados na cidade.
No último final de semana, um grupo de senhoras que visitavam o Santuário Nacional foi convidado a comer em um restaurante no centro por um preço único de R$ 15,50 por pessoa. Depois do almoço, as mulheres descobriram que a conta era três vezes maior e resolveram reclamar.
"A história chegou em um programa de rádio local e muitas pessoas resolveram falar dessa prática dos agenciadores, homens que ficam na rua enganando as pessoas para convencer a comer ou se hospedar em alguns lugares. Quando a pessoa vai pagar, o valor é diferente e o dono do lugar diz que não conhece o agenciador. Isso é um absurdo", conta o presidente do Sinhores (Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares) de Aparecida, Ernesto Elache.
Para o sindicato, a saída é, de um lado, a prefeitura regularizar a atividade dos agenciadores e obrigar que os estabelecimentos registrem essas pessoas, e de outro, multar os locais que fazem propaganda enganosa. "Se eles tiverem vínculo com os restaurantes, por exemplo, vão pensar duas vezes antes de mentir e enganar as pessoas porque os estabelecimentos vão ter que pagar pela mentira", afirma Elache.
Campanha
A Secretaria de Turismo de Aparecida afirma que está ciente da reclamação dos turistas e que vai iniciar nas próximas semanas uma campanha de conscientização em parceria com as secretarias de Indústria e Comércio e Segurança Pública e Trânsito.
“Nossa intenção é combater a prática de preços abusivos verificada principalmente quando a cidade excede a expectativa de romeiros nos fins de semana. Isso é ilegal, imoral e denigre a imagem de nossa cidade. Somos uma estância turística, nossa economia gira em torno do turismo e se este se sentir lesado falará mal da cidade. Nossa obrigação é atender bem ao visitante, oferecer bons produtos e serviços a preços justos”, afirma a secretária de Turismo, Regina Amaral.
De acordo com a pasta, a campanha propõe intensificar a fiscalização nestes restaurantes e ainda levar as pessoas a denunciarem a prática. Para isso, além das visitas aos comerciantes, a prefeitura deve criar ainda este ano um dique denúncia e garantir que os estabelecimentos coloquem os preços na porta, em lugar visível.
“Queremos que o turista saiba quanto vai pagar pelo café, pelo almoço, pelo táxi, por qualquer serviço que vai utilizar ou produto que vai comprar. Não podemos controlar quanto cada comerciante cobra, mas o visitante precisa saber o que vai pagar antes de consumir, de maneira clara, para não ser pego de surpresa”, disse Regina Amaral.
Procon
Segundo Regina, outra medida que os consumidores que se sentiram lesados devem tomar é procurar o Procon (Fundação de Proteção ao Consumidor). “Poucas pessoas sabem, mas elas podem registrar a reclamação em sua cidade de origem porque o Procon é um órgão estadual. Desejamos informar aos turistas que é importante a denúncia, pois através dela as medidas cabíveis podem ser tomadas”, conclui.
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