Por Amanda Poso Em RMVale

Vítima do atropelamento conta o que a motivou a participar dos protestos

Estudante alega que não sabia da liminar que proibia a interdição da via

atropelamento_7

Equipes do SAMU socorrem as vítimas, após o atropelamento

Divulgação/PRF

A estudante Laís Amabali Stefani, 19 anos, é uma das vítimas do atropelamento que ocorreu na Via Dutra no último dia 28 de abril, quando manifestantes bloquearam a marginal da rodovia. Ela só teve ferimentos leves e teve alta do hospital, no mesmo dia.

Ela diz que não sabia da existência da liminar que proibia o bloqueio da Dutra.

Ao Meon, ela concedeu uma entrevista exclusiva, em que fala do dia do acidente e o que a motivou a participar das manifestações. Confira:

       

MEON  - Do que você se lembra do dia do acidente?

Laís - Estávamos  eu e outros manifestantes sentados na pista, cada um de um jeito. Eu estava sentada na hora e o carro foi costurando os outros carros. Várias pessoas se aglomeraram. Aí ele deu ré, pensei que fosse embora. Mas aí veio com tudo e passou por cima, nunca imaginei que ele faria isso.                     

MEON – Sua família viu as imagens do acidente? Como eles reagiram?

Laís - Ficaram tristes e chateados. Só querem que seja feita justiça.                                               

MEON – Você prestou depoimento na polícia?  

Laís – Fui depor na terça-feira (2) e contei o que aconteceu. Tinha uma liminar que proibia fechar a Dutra e não sabíamos que teria de pagar uma multa de R$ 10 mil quem desobedecesse.           

MEON – Você se arrepende de ter participado dos protestos, por conta do desfecho?     

Laís - Não. Isso não deveria ter acontecido, mas aconteceu. Se fosse pensar no medo de acontecer esse tipo de coisa, ninguém faria protesto.                                          

MEON - Como surgiu esse protesto?

Laís - Foi na greve que estava acontecendo na Praça Afonso Pena. Os sindicatos estavam lá,  com o carro de som. Todas as vezes que tem esse tipo de coisa [manifestação] eles só ficam lá parados na Afonso Pena. Mas nós queríamos mais, queríamos ir para a Dutra. Aí várias pessoas decidiram ir por conta própria em direção à Dutra. Eu fui junto.                    

MEON - Tinha policiamento no local?

Laís - Tinha policiamento e movimento de jornalistas, mas ninguém nos avisou que não podia ir até a Dutra e nem que teria multa. Não que tivessem a obrigação de avisar, mas poderiam.                    

MEON - Por que você participou desse protesto?

Laís - A princípio eu era contra as reformas e pelo passe livre. Sou contra o aumento da passagem porque acho muito caro e não deveria ser privatizado. E contra a reforma da previdência, porque quero me aposentar mesmo.                      

MEON - É filiada a algum partido?                      

Laís – Não.

MEON - Por que acredita que o motorista avançou com o carro?     

Laís - Ele disse que tinha que trocar o horário no hospital com outra pessoa e depois disse que estava com problema de saúde em casa. Mas acho que ele mentiu. Estava mesmo com pressa e achou que não ia atropelar ninguém de verdade.                     

MEON - Pretende participar de novos protestos?                       

Laís – Sim.

MEON - Você estava consciente no momento do atropelamento?

Laís - Eu fui arrastada a alguns metros e fiquei em estado de choque, esperando o resgate. Mas estava consciente sim.

 

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Amanda Poso, em RMVale

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.