Celebrado nesta sexta-feira (14), o Dia Mundial do Diabetes chama atenção para uma das doenças crônicas que mais crescem no planeta — e que já representa um desafio de saúde pública no Brasil e no mundo. Além de riscos conhecidos, como complicações cardiovasculares, renais e neurológicas, estudos recentes apontam que o diabetes também pode influenciar a resposta do organismo às vacinas, um tema ainda pouco discutido entre especialistas e pacientes.
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Segundo a International Diabetes Federation (IDF), 589 milhões de adultos vivem hoje com diabetes — o equivalente a uma em cada nove pessoas entre 20 e 79 anos. A projeção é de que esse número ultrapasse 850 milhões até 2050. No Brasil, são 16,6 milhões de adultos diagnosticados, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o que coloca o país entre os cinco com maior incidência no mundo.
Como o diabetes interfere na resposta do organismo às vacinas
Pesquisas indicam que pessoas com diabetes podem apresentar imunogenicidade ligeiramente reduzida, ou seja, produzem um pouco menos anticorpos após a vacinação. Isso, porém, não significa menor proteção contra formas graves das doenças.
“O diabetes não impede que a vacina funcione”, explica a infectologista Dra. Rosana Richtmann, do Delboni Salomão Zoppi e Lavoisier. “O organismo pode produzir menos anticorpos, mas ainda em quantidade suficiente para proteger contra manifestações graves.”
A alteração na resposta imune está relacionada à hiperglicemia crônica, que prejudica a ação dos fagócitos (células responsáveis por destruir vírus e bactérias) e compromete a eficiência das células de memória, que garantem proteção de longo prazo. A glicose elevada também altera a produção de citocinas, essenciais para a comunicação entre as células de defesa.
Esses mecanismos explicam por que pessoas com diabetes têm maior risco de infecções — e reforçam a necessidade de manter o calendário vacinal atualizado.
Vacinas recomendadas para pessoas com diabetes
As principais sociedades médicas do país — SBD e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) — recomendam um conjunto de vacinas fundamentais para quem vive com a doença:
De 19 a 49 anos
Influenza (anual)
Hepatite B (3 doses)
Pneumocócica conjugada (VPC13, VPC15 ou VPC20)
dT/dTpa (a cada 10 anos)
Varicela (se suscetível)
COVID-19 (anual)
A partir de 50 anos
Todas as vacinas da faixa anterior
Herpes-zóster (RZV) — duas doses
Vírus sincicial respiratório (VSR) — conforme indicação médica
Além de vacinar, especialistas recomendam controle glicêmico adequado, boa noite de sono antes da imunização e atenção redobrada ao uso de imunossupressores.
Sinais na boca podem indicar diabetes
Mais de 50% das pessoas com diabetes no Brasil não sabem que têm a doença. Em muitos casos, os primeiros sinais surgem na boca.
Segundo o cirurgião-dentista Dr. Fábio Azevedo, da S.I.N., a hiperglicemia altera o pH e reduz o fluxo salivar, deixando a cavidade oral mais suscetível a infecções.
Entre os principais sinais estão:
Gengiva vermelha e sensível, com sangramentos
Boca seca (xerostomia)
Mau hálito cetônico, característico de descontrole glicêmico
Perda de dentes por periodontite avançada
Aftas e machucados que demoram a cicatrizar
Pessoas com diabetes devem visitar o dentista a cada seis meses e manter rotina rigorosa de higiene bucal.
Cinco curiosidades sobre diabetes que muita gente desconhece
A endocrinologista Dra. Marina Cunha, destaca informações importantes que ainda são alvo de mitos:
1. Não é causado apenas pelo consumo de açúcar
No diabetes tipo 2, o fator principal é o excesso de gordura visceral, associado ao sedentarismo e à alimentação rica em ultraprocessados.
2. Existem vários tipos de diabetes
Além dos tipos 1 e 2, há diabetes gestacional, MODY e lipodistrofias, cada qual com mecanismos e tratamentos específicos.
3. Pessoas com diabetes podem viver normalmente
Com tratamento, educação em saúde e monitoramento, é possível manter qualidade de vida e evitar complicações.
4. Exercícios funcionam como “remédio natural”
Atividade física aumenta a sensibilidade à insulina e ajuda a controlar o peso e a glicemia.
5. Diagnóstico precoce salva vidas
A doença pode evoluir silenciosamente. Testar glicemia regularmente, especialmente entre pessoas com fatores de risco, é essencial.
Conscientização que salva vidas
O Dia Mundial do Diabetes reforça a importância de informação, prevenção e cuidado contínuo. A vacinação, o acompanhamento médico e a atenção aos sinais bucais e metabólicos são medidas que reduzem complicações e melhoram a qualidade de vida.
Com o avanço de tecnologias de monitoramento e novos tratamentos, viver bem com diabetes é plenamente possível — desde que haja diagnóstico precoce, orientação adequada e compromisso com a saúde.
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