Golfinhos são animais sociáveis, assim como os seres humanos, e por isso vivem em bandos. Nesses bandos eles se comunicam com sua linguagem própria usada em atividades como caça, reprodução e outras. Logo, é de se imaginar a surpresa dos cientistas ao encontrar um golfinho vivendo sozinho no Mar Báltico, na Dinamarca. Há registro também no Brasil, no Litoral Norte, de um golfinho solitário que procurou contato com seres humanos e o caso terminou em tragédia.
O primeiro caso vem das águas da Europa. Conhecido como Delle, o golfinho-nariz-de-garrafa está vivendo sozinho, em um local onde sua espécie não costuma habitar, há 5 anos e desde que foi avistado começou a ser monitorado para ver como um animal tão sociável lidaria com o isolamento. Com microfones sub aquáticos para registrar sons.
Para a surpresa dos cientistas foram registradas 10.833 vocalizações diferentes de Delle. Esses sons iam desde vocalizações agressivas, como se estivesse afastando um predador ou simulando uma briga com si mesmo, até sons relacionados com a navegação ou busca por alimento.
Porém o mais surpreendente de tudo é que foram detectados sons típicos da comunicação normal e pacifica entre mais de um golfinho. Ou seja, Delle estava falando sozinho.
Os cientistas veem duas possibilidades para esse comportamento. A primeira hipótese é que Delle esteja apenas entediado por estar sozinho e fala consigo mesmo para se entreter. A segunda hipótese é parecida, Delle está fazendo isso para lidar com a solidão, como se estivesse falando, rindo e até chorando sozinho.
O caso brasileiro ocorreu no litoral norte do país. O golfinho solitário Tião, visto pela primeira vez em São Sebastião, por isso o seu nome. Tião habitava as águas do litoral norte e era visto em muitas praias como as das cidades de Caraguatatuba e São Sebastião.
Tião interagia com algumas pessoas, provavelmente em busca de companhia, porém se a interação seria agressiva ou não, isso dependia dos banhistas. Se bem tratado, Tião agia de maneira amigável, mas se irritado ou agredido, Tião atacava a pessoa.
Foram registrados de 27-29 ataques feitos por banhistas, todos eles haviam irritado o golfinho, e no dia 9 de dezembro de 1994 Tião fez uma vitima fatal, João Paulo Moreira. Segundo o Ibama João estava bêbado e, junto com um grupo de banhistas também bêbados, cercaram o animal e tentaram tira-lo da água.
Desesperado e encurralado, Tião tentou fugir, no processo, deu uma cabeçada em João, causando a morte do indivíduo. Tião foi encontrado morto em uma praia de São Sebastião, não foram dadas muitas informações sobre isso, mas tudo indica que ele foi morto.
Delle e Tião mostram os efeitos que a solidão pode causar em animais sociáveis e como eles tentam suprir essa necessidade de interação tão essencial para essas espécies.
Maria Isabel Ferreira, 9° ano ensino fundamental, Instituto Alpha Lumen
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