Em volume, pelo segundo ano consecutivo, a pesquisa não contempla crescimento em volume de vendas
Arquivo/Agência Brasil
A dois meses da Black Friday, principal data do varejo para as vendas de eletroeletrônicos no Brasil, uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, 3, aponta para uma edição "morna" de vendas na edição deste ano. A projeção da consultoria GFK estima que, em 2019, o faturamento da Black Friday deve crescer 4%, alcançando no máximo R$ 13,5 bilhões, na comparação com 2018, quando o período de compra registrou crescimento de 9%.
O levantamento leva em consideração apenas as vendas de produtos elétricos e eletrônicos, como linha branca (geladeira, fogão, máquinas de lavar), linha marrom (liquidificadores, forno de micro-ondas), smartphones e produtos de informática.
Em volume, pelo segundo ano consecutivo, a pesquisa não contempla crescimento em volume de vendas. Após retração de 4% em número de produtos comercializados no ano passado, segundo dados da própria GFK, a expectativa é de mais um ano de queda similar ou crescimento zero para a próxima edição.
"Apesar de alguma melhora na economia, com um crescimento de 0,4% do PIB, um pouco acima do esperado para o segundo trimestre, o emprego e renda, que são decisivos para o consumo, ainda demoram a melhorar. Então, por isso, a gente trabalha com um ano mais morno mesmo, com crescimento bem abaixo das edições do passado", conta Felipe Mendes, diretor geral da GFK.
Promoções concentradas
De acordo com as projeções da GFK, os varejistas devem ampliar a concentração de promoções nos produtos com maior valor agregado, estratégia que vem evoluindo nos últimos anos. Os destaques serão, mais uma vez os televisores e smartphones recentemente lançados. Em 2018, 46% do celulares de última geração registraram durante a promoção descontos superiores a 15%. Apenas 16% dos mais antigos ficaram nessa faixa de redução de preço.
"O que está acontecendo é que a Black Friday vai se consolidando como uma data de descontos em produtos premiuns, mais novos e caros. As pessoas guardam dinheiro o ano inteiro para comprar a novidade na semana de descontos no varejo", afirma Mendes.
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