SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Prefeitos das sete cidades do ABC Paulista decidiram não seguir a determinação do governo estadual de restringir a circulação das 23h às 5h, a partir da próxima sexta-feira (26) e, em substituição, criaram um lockdown noturno na região que vai das 22h às 4h e começará a ser implantado no próximo sábado (27).
Em entrevista no palácio dos Bandeirantes na tarde desta quarta-feira (24), o governador João Doria (PSDB) fez o anúncio da medida e informou que ela valerá até o dia 14 de março e busca coibir aglomerações. Entretanto, serviços essenciais tais como supermercados, além de delivery, funcionarão normalmente. Transportes terão restrições, porém, os ônibus permanecerão rodando.
No caso das cidades do ABC, a medida tem validade até o dia 7 de março. Apesar de ter um período mais curto, é mais restritiva do que a determinação do governo estadual, já que permite apenas a abertura de farmácias e equipamentos de saúde, além de interromper a circulação do transporte público. A proposta é que a partir das 21h todo o comércio feche as portas.
A medida será tomada porque os municípios afirmam estar perto de de colapso na ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para casos de Covid-19,
A decisão dos prefeitos aconteceu no meio da tarde, logo após o anúncio de Doria, durante a reunião do Consórcio ABC, uma associação que reúne os prefeitos de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
O anúncio de que as cidades do ABC poderiam propor mudanças mais restritivas já havia sido antecipado pelo presidente do bloco, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), na última terça-feira (23). Questionado nesta quarta-feira sobre a diferença de horário, ele afirmou que a medida atende às adequações e realidades do bloco.
"É um ajuste. Fomos mais restritivos em certos aspectos, inclusive. O horário das 4h foi pensando naqueles trabalhadores da capital que moram no ABC e que precisam chegar às 5h", afirmou.
Segundo ele, a essência do conceito é a mesma, já que busca restringir a circulação de pessoas, sobretudo as que estão na faixa de 30 anos a 40 anos e atualmente passaram a ocupar mais vagas nos UTIs devido à Covid-19. "Essas medidas específicas são para controlar esse público específico", afirmou.
A volta às aulas na rede municipal dependerá de cada município. Em São Bernardo do Campo, a rede municipal de ensino só retomará as aulas no dia 15 de março.
O consórcio ainda não explicou quais serão as medidas punitivas para quem for flagrado nas ruas durante o período de lockdown e como será a fiscalização.
Em São Bernardo, que na segunda-feira decidiu decretar toque de recolher, antes mesmo da decisão do grupo de cidades, o policiamento local terá reforço de equipes especiais das polícias civil, tais como o GRT (Grupo de Resposta Tática), e militar, com destacamento de homens do Baep (Batalhão de Ações Especiais).
Eles acompanharão os 30 bloqueios a serem montados nas principais vias da periferia, região central e corredores comerciais. As entradas e saídas das três principais rodovias que dão acesso à cidade: Anchieta, Imigrantes e Rodoanel, serão monitoradas.
RESTRIÇÃO NO ESTADO
Segundo o anúncio do governo Doria, a restrição de circulação não impedirá o funcionamento de serviços essenciais tais como já acontece atualmente. E também não está prevista advertência, multa ou impedimento a quem precisar trabalhar no horário, como é o caso dos profissionais de saúde e entregadores de delivery.
Sem dar muitos detalhes de como fará a fiscalização de quem sair às ruas, Doria disse que o principal objetivo é o de endurecer a fiscalização em todo e qualquer horário e abortar eventos ilegais ou proibidos realizados aos finais de semana e à noite.
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