O candidato derrotado do PDT à Presidência nas últimas eleições, Ciro Gomes, não vai participar do ato unificado das centrais sindicais em celebração pelo Dia do Trabalho em São Paulo. Segundo a organização, Ciro havia confirmado presença no evento, mas cancelou a participação.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que o ex-ministro precisou acompanhar o filho mais novo e exames médicos, mas admitiu que o motivo da ausência é político. "Ele achou oportuno não vir. Isso é um ato dos trabalhadores e dos sindicatos. Como ele foi candidato a presidente, poderia parecer eleitoral".
Lupi negou o motivo da ausência seja a presença do PT. O ex-presidenciável do PDT tem adotado uma estratégia de seguir uma caminho separado dos petistas. "Participo de vários atos com o PT", disse o dirigente.
Sem citar o evento, Ciro Gomes usou o Twitter para se manifestar neste 1º de Maio. "Os ataques aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores pede mobilização e ação", escreveu. "As centrais sindicais têm um papel importante de ajudar nosso povo a se informar dos danos que essa proposta (da reforma da Previdência) causará, principalmente aos mais pobres. Que este dia do trabalho seja de informação, debate e organização da resistência. Lutemos!"
Outros dois candidatos derrotados compareceram ao ato, Guilherme Boulos (PSOL) e Fernando Haddad (PT). Boulos lamentou a ausência de Ciro no evento. "O Ciro deveria estar aqui. Pena que não pode vir, seria muito importante", disse Boulos.
O líder do MTST tenta convencer Ciro a participar da Unidade Progressista, grupo do qual fazem parte Haddad, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB).
Dezenas de lideranças políticas de esquerda compareceram ao ato como os líderes sem-terra João Pedro Stédile e João Paulo Rodrigues, os deputados petistas José Guimarães, Arlindo Chinaglia e Carlos Zaratini, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD), o Paulinho da Força, entre outros.
Apesar do discurso de unidade, militantes da CUT vaiaram Paulinho da Força. No ano passado,e Curitiba, representantes da central ligada ao PT já haviam vaiado integrantes da Força Sindical.
A expectativa dos organizadores é que o ato reúna 100 mil pessoas no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade. Além de São Paulo, as dez centrais sindicais brasileiras, em parceria com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, estarão em outras 25 grandes cidades brasileiras. Embora o foco das manifestações seja a reforma da Previdência, os participantes levaram várias pautas políticas em oposição ao presidente Jair Bolsonaro - e em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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