A inflação no Brasil voltou a acelerar em outubro, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrando um aumento de 0,54%, acima do 0,44% observado no mês anterior, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, o IPCA atingiu 4,76%, já ultrapassando o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central para este ano e o próximo.
Essa aceleração nos preços levou a XP Investimentos a revisar suas projeções para a inflação de 2024 e 2025. A estimativa para 2024 foi ajustada de 4,6% para 4,9%, enquanto a previsão para 2025 foi elevada de 4,1% para 4,7%. Esses números são mais elevados do que as expectativas do mercado, que, segundo o Boletim Focus, indicam uma inflação de 4,59% para 2024 e 4,03% para 2025.
A XP aponta que diversos fatores contribuíram para essa revisão, incluindo o impacto do câmbio, a deterioração do cenário fiscal e o aumento nos preços das proteínas, que têm pressionado diretamente o bolso dos consumidores. De acordo com os economistas da XP, "todos os determinantes da inflação pioraram", o que sugere que a trajetória da inflação nos próximos anos será mais desafiadora do que o inicialmente projetado.
Esse cenário preocupa, especialmente em um contexto em que o Banco Central busca manter a inflação sob controle. Se as previsões da XP se confirmarem, a economia brasileira enfrentará um período prolongado de preços elevados, o que pode impactar tanto o poder de compra das famílias quanto a política monetária do BC, que pode ser forçado a manter os juros em níveis altos por mais tempo.
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