O Itaú Unibanco e a Rede, braço de adquirência do banco, informaram ao Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a ofensiva comercial que isentará a taxa cobrada na antecipação de recebíveis do crédito à vista a partir de maio vale para qualquer cliente. A condição, conforme as instituições, não se restringe a um plano ou outro tanto por parte da relação bancária quanto do lado das maquininhas.
A resposta ocorre após a Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag) acusar a Rede e o Itaú de a iniciativa anunciada na última quarta-feira (17) ser apenas para clientes específicos. Em nota à imprensa, assinada pelo presidente da entidade, Augusto Lins, que também é diretor comercial da Stone, destaca que "tomou conhecimento junto a clientes de que a oferta da Rede, anunciada para lojistas com domicílio bancário no Itaú e que faturem menos de R$ 30 milhões por ano, é válida apenas para os que possuem um tipo específico de contrato, o plano Flex".
Segundo o Itaú e a Rede, a questão do Flex é apenas um detalhe operacional e esse era o nome dado ao produto que fazia a liquidação antecipada das transações com cartões de crédito à vista. Na prática, garantem que a taxa da antecipação será zerada a partir do dia 2 de maio tanto para quem já tinha o produto bem como para quem contratar a partir deste data.
A ofensiva da Rede, que ocorre após a GetNet, do Santander, também fazer uma iniciativa na linha de reduzir a taxa e diminuir o prazo de pagamento aos lojistas que utilizam maquininhas, pesou nas ações das empresas listadas em bolsa no Brasil e no mercado norte-americano. No pregão de ontem, o segmento perdeu R$ 13 bilhões em valor de mercado, conforme noticiou a Coluna do Broadcast. Chamou a atenção até do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que enviou ofício ao Itaú e à Rede para obter mais informações da ofensiva comercial.
O Brasil é o único mercado que opera com pagamento em 30 dias, o chamado D+30, para as transações com cartões de crédito. No cenário internacional, a prática é de liquidação das operações em dois dias (D+2). O assunto está na pauta do Banco Central há algum tempo, em linha com a agenda do regulador de aumentar a concorrência no setor de cartões, mas ainda não andou.
O entendimento de especialistas ouvidos pelo Broadcast é de que essa redução de prazo se dará a partir dos próprios players do mercado. O assunto, contudo, divide players no setor. Enquanto os grandes são a favor, os pequenos alegam que a prática é anticompetitiva sob a justificativa de que os novos entrantes não têm fôlego de aderir ao prazo menor sem taxas por uma questão de funding. Apesar disso, alguns levantaram bilhões no exterior e, na prática, estão capitalizados além de terem acesso a recursos a custos mais competitivos.
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