SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Lula afirmou neste sábado (13), ao ir a um posto de vacinação, que tomou "a vacina do [Instituto] Butantan, a Coronavac. Era exatamente a vacina que eu queria tomar". E seguiu: "Eu ,daqui a 14 ou até 28 dias, vou tomar a segunda dose".
Disse ainda esperar que a vacina dê "o resultado que eu sonho e que o povo sonha. Tudo o que o povo quer é tomar uma vacina para se ver livre desse monstro chamado coronavírus".
E criticou o presidente Jair Bolsonaro, que chegou a ironizar a Coronavac afirmando que ela era fabricada "naquele país", ou seja, a China.
"O presidente da República tem que parar de ser ignorante. Eles tem que aprender a respeitar o sentimento do povo brasileiro e garantir vacina pra todo mundo", disse ainda Lula.
A referência elogiosa ao imunizante e as críticas a Bolsonaro foram festejadas foi por aliados de João Doria (PSDB-SP). O governador comandou os esforços do Butantan para fechar um acordo com a empresa chinesa Sinovac, que desenvolveu a Coronavac, para poder importar e também fabricar a vacina no Brasil.
Até agora, a Coronavac é praticamente a única vacina disponível em grande quantidade para a população brasileira.
O gesto de Lula, segundo um interlocutor de Doria, foi entendido como ato de apoio suprapartidário ao esforço conjunto para que o governo de Jair Bolsonaro se dedique a suprir a população de imunizantes o quanto antes.
Foi também recebido como um gesto que pode isolar o negacionismo de seguidores do presidente da República, que minimizam os efeitos da Covid-19 e a importância das vacinas para combater a epidemia do novo coronavírus.
Além de fazer referências negativas à China, que desenvolveu a vacina do Butantan, o presidente da República afirmou que poderia não tomar o imunizante. E nunca fez declarações contundentes para que as pessoas buscassem se imunizar.
O governo federal é criticado também por não ter conseguido viabilizar, e até mesmo dificultar, contratos com laboratórios estrangeiros para garantir a importação de uma quantidade que tornasse a oferta de imunizantes pelo menos razoável neste momento para garantir a imunização dos brasileiros.
Lula foi se vacinar em São Bernardo, onde mantém residência, ao lado do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP).
Em um vídeo, ele fez a referência positiva à Coronavac. E afirmou: "Eu poderia estar muito mais feliz se tivesse vacina para todo mundo".
O petista disse ainda ser necessário, neste momento, "combater os negacionistas e combater aquelas pessoas que não acreditam na vacina. Que ficam falando bobagem para a sociedade".
Para Lula, "só tem um jeito de a gente se livrar do coronavírus. É a gente tomar vacina".
"A gente não quer sabe de que país, a gente quer saber de vacina eficaz", seguiu o ex-presidente.
Ele recomendou também que as pessoas sigam as regras de isolamento social.
"Se você não gosta de você, goste de seu pai, da sua mãe, da sua tia, dos seus amigos", afirmou.
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