Centenas de manifestantes tomaram parte da Avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro do Rio de Janeiro, em protesto contra o governo de Jair Bolsonaro. O "Grito dos Excluídos" acontece há 25 anos, nos dias de comemoração da Independência do Brasil. Neste ano, os participantes vestiram roupa preta, para se contrapor ao presidente, que convocou seus apoiadores a usarem as cores verde e amarela neste dia 7 de setembro.
O ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ), presente ao evento, disse acreditar que o mês de setembro será marcado por protestos, principalmente de estudantes. "Não tenho dúvida de que uma reação forte virá dos estudantes. Esse é um setor mais dinâmico, que vai se posicionar. Porque as universidades vão fechar. Acredito que a educação será o estopim dos protestos, que devem vir no mesmo nível de 2013", avaliou.
A concentração do protesto no Rio começou por volta das 9h, nas proximidades da Avenida Presidente Vargas, na região central, onde desfilam os militares. Concluído o desfile oficial, por volta do meio-dia, os manifestantes seguiram em direção à Praça Mauá.
"A principal bandeira da manifestação é que nada nesse sistema tem solução: a saúde, educação, o uso da terra. Nenhuma reforma vai salvar o País", disse Marcelo Edmundo, diretor da Central de Movimentos Populares. Ele destacou que o tema da manifestação neste ano foi "Esse sistema não Vale".
O protesto aconteceu com tranquilidade, apesar de pessoas favoráveis ao governo Bolsonaro passarem pelos manifestantes vestidas de verde e amarelo. Apenas um homem com uma camisa do PSL, partido do presidente, provocou os manifestantes gritando "mito". Em resposta, foi vaiado. Logo se retirou do local de concentração do protesto.
A Polícia Militar formou um cordão de isolamento à frente dos manifestantes e seguiu todo o cortejo até a Praça Mauá.
"Estou aqui pelo Brasil da Amazônia e da Embraer. Não é pelo Brasil de Bolsonaro", afirmou a aposentada Maria das Graças Gama.
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