O clima desfavorável no exterior motivado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China também contamina o mercado acionário brasileiro. O desempenho negativo é praticamente generalizado. Das 66 ações, apenas seis subiam às 10h54. O Ibovespa cedia 1,17%, aos 94.883,71 pontos.
AS bolsas de Nova York também caem acima de 1,00% após o presidente Donald Trump anunciar o aumento de 10% para 25% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses na sexta-feira.
A notícia inesperada, esfria um pouco a esperança de investidores com relação a um acordo comercial entre os dois países, e tem como justificativa a lentidão nas negociações com a China. "Não tem como o Ibovespa escapar, diz um operador.
O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, ressalta que hoje somente uma reviravolta no quadro internacional é que teria força para impedir um declínio do principal índice à vista da B3, que fechou em alta de 0,50%, na sexta-feira, aos 96.007,89 pontos. "Numa situação como essa, dadas as perspectivas desfavoráveis, não tem como se livrar", completa.
Refletindo o mesmo contexto dos mercados acionários, o petróleo registra forte baixa, observa em nota o Bradesco. As tensões entre EUA e Irã, que podem gerar alguma escassez da commodity, não são suficientes para conter a baixa nos preços futuros do petróleo, avalia. No mesmo sentido, desfavorecidas pelo dólar mais forte, as metálicas e agrícolas seguem tendência de queda, acrescenta.
Nem mesmo a expectativa de avanço na Comissão Especial da Câmara, que inicia na terça-feira a análise da PEC da reforma da Previdência, tende a dar alento aos negócios.
"Não tem nada de novidade no fim de semana. As coisas estão andando. O que o investidor quer ver mesmo é como será no Plenário", diz o economista da Infinity, lembrando da necessidade de aprovação, dado o quadro de frustração no desempenho da atividade.
Da mesma forma como não se pode imaginar como se dará o processo de desidratação do texto da reforma, Vieira acrescenta ser impossível estimar por ora eventuais efeitos do impasse entre EUA e China sobre a economia brasileira. "Os resultados não devem ser imediatos", afirma.
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