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Uso de número de série não inibiu crimes em SP

Anunciado pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) como medida estratégica para reduzir o número de furtos e roubos de celular, o registro no boletim de ocorrência do Imei, número de série que identifica o aparelho, não tem conseguido impedir o aumento desses crimes. A expectativa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) era que, com a Polícia Civil usando o código para bloquear os aparelhos, os criminosos tivessem menos interesse em subtrair celulares.

A medida foi anunciada pelo então secretário Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça e Cidadania, em fevereiro de 2015. Na época, o celular estava entre os objetos roubados em 55,65% das ocorrência no Estado, segundo o Perfil de Roubo da SSP. Esse índice caiu nos dois primeiros meses após a medida, mas, depois disso, vem subindo gradativamente. Em setembro deste ano, atingiu a marca recorde de 64,8%.

"Logo após a decisão, muita gente deixou de registrar o BO porque não sabia o Imei. Não foi uma ação que tornou o bandido mais preocupado imediatamente", afirma o coronel José Vicente da Silva.

Na visão do cientista político Guaracy Mingardi, a medida foi ineficiente e contribuiu para a subnotificação. "Logo após a portaria, o índice caiu artificialmente. Com o Imei, a polícia não vai atrás de todos os celulares. Não funcionou para nada."

Já de acordo com o sociólogo Túlio Kahn, ex-analista da SSP, ainda não é possível medir com precisão a eficácia da medida. "Sem ela, o índice poderia ter subido ainda mais", afirma.

A SSP afirma que as delegacias registram as ocorrências mesmo sem o Imei. Segundo a pasta, apenas 42% dos aparelhos roubados tiveram o código informado, entre janeiro e setembro. Na internet, só é possível fazer o BO com o número.
"O proprietário pode fazer o bloqueio com a operadora", diz a pasta. Segundo a SSP, no entanto, quando o Imei deixa de ser informado não é possível identificar o aparelho como proveniente de furto ou roubo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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