Brasil

Uso indiscriminado de medicamentos do chamado "kit Covid" tem causado sérios problemas hepáticos, dizem médicos

Medicamentos como ivermectina e hidroxicloroquina, são citados nessa lista de risco

Escrito por Meon

24 MAR 2021 - 10H00 (Atualizada em 24 MAR 2021 - 10H10)

Agencia Brasil

O uso indiscriminado de medicamentos do chamado “kit Covid”, como a ivermectina, levou pacientes a desenvolverem graves de lesões no fígado, que demandam até necessidade de transplante, segundo médicos do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e do hospital da Universidade de Campinas (Unicamp).

Ao menos quatro pacientes que fizeram uso desses remédios em excesso e sem orientação médica, estão na fila de transplantes após serem atendidos nesses dois hospitais.

O uso da ivermectina, hidroxicloroquina e outros medicamentos que não têm eficácia comprovada contra o coronavírus está sendo apontado como causa de morte por hepatite de ao menos três pessoas, segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Segundo o professor Luiz Carneiro D'Albuquerque, diretor do Serviço de Transplantes de Órgãos do Aparelho Digestivo do HC da USP, um transplante de fígado foi feito em uma mulher de 61 anos, sem comorbidades, que teve Covid-19 no ano passado e tomou ivermectina. Os médicos identificaram lesões irreversíveis nos dutos hepáticos, associadas a quadros infecciosos.

— A ivermectina seca os dutos biliares e faz com que a bile deixe de ser eliminada e volte para o sangue, causando infecções — disse D'Albuquerque ao GLOBO.

Na mesma UTI, um homem de 53 anos, de porte atlético e sem antecedentes de doenças crônicas, aguarda entrar na lista de transplantes. Ele foi diagnosticado com Covid-19 em dezembro passado e, logo depois do Natal, notou os olhos amarelos. Ao fazer os exames, soube que tinha lesões graves no fígado.

Ele relatou uso continuado de ivermectina, azitromicina e, quando teve Covid, também amoxicilina.

— Ele tomou tudo o que tinha direito e, quando teve Covid, não precisou ser hospitalizado e achou que estava bem. O problema veio depois — disse o médico.

* Com informações de O Globo

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