Os candidatos à Presidência da República enfatizaram, nas redes sociais, o prosseguimento da corrida presidencial após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite de ontem (31). Os ministros rejeitaram, por seis votos a um, o registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A candidata da Rede, Marina Silva, afirma, em seu perfil no Twitter, que a despeito da sequência do processo eleitoral conforme os ritos legais, "a Justiça ainda precisa alcançar todos aqueles que cometeram crimes e que estão protegidos pelo manto da impunidade do foro privilegiado".
Ciro Gomes, do PDT, ressalta que, embora considere injusta a condenação de Lula, a Lei da Ficha Limpa certamente impediria a candidatura do ex-presidente. "Compreendo a dor e o momento difícil por que passa o PT, mas entendo que a decisão neste momento tornará a campanha mais clara para os eleitores, evitando o trauma e a perplexidade de uma substituição na véspera da eleição", avalia ele, que acrescenta: "A decisão do TSE que tornou o ex-presidente Lula inelegível infelizmente já era prevista".
A decisão do TSE, em que a maioria dos ministros votou contra o registro da candidatura de Lula, na opinião do candidato do PSOL, Guilherme Boulos, confirma um "jogo de cartas marcadas contra Lula". "Mais um capítulo da desmoralização do Judiciário brasileiro. Perde a democracia", resume ele, em seu perfil no Twitter.
Já o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, destaca a necessidade de as leis serem cumpridas. "Estamos presenciando um exemplo prático do que é um país com sua soberania ameaçada. Justiça, investigações, leis, penas, nada disso tem significado diante desta situação. Parte de nossa missão é justamente garantir essa soberania para que nossas leis sejam devidamente cumpridas!", afirma ele, em sua página oficial, no Twitter.
Álvaro Dias, do Podemos, gravou um vídeo em que afirma que o TSE "respeitou o Brasil decente". Segundo ele, o Tribunal julgou "o que não deveria nem estar sendo julgado porque é surreal a candidatura de um político preso por corrupção e lavagem de dinheiro, inelegível desde a Lei Ficha Limpa. Dias criticou ainda o voto do ministro Edson Fachin, que votou a favor do registro da candidatura de Lula à disputa presidencial e chamou a atenção para a necessidade de repensar o modelo de preenchimento de cargos de ministros de tribunais superiores.
"Confesso aqui a minha profunda tristeza com esse comportamento, de alguém que vinha se comportando bem até ontem à noite e, ontem à noite, literalmente pisou na bola como se diz popularmente. Sujou a sua biografia, adotando uma posição inexplicável, injustificável. Qual é a justificativa?", questionou Dias, acrescentando que a justificativa usada por Fachin que recorreu ao comunicado do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que pede que Lula participe como candidato às eleições de 2018, é uma afronta à soberania uma vez que a entidade não pode interferir em assuntos de interesse do País.
Os candidatos do PSDB, Geraldo Alckmin, do MDB, Henrique Meirelles, do Patriota, Cabo Daciolo (Patriota), do PSTU, Vera Lúcia, do Novo, João Amoedo, e do PPL, João Goulart, não comentaram sobre a decisão do TSE até momento.
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