Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferir a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, o candidato Ciro Gomes (PDT) voltou a criticar a cúpula do PT, desta vez relacionando o ex-prefeito Fernando Haddad, possível substituto de Lula na disputa, a mais um "laboratório" da legenda petista. Ao ser perguntado sobre a capacidade do PT de transferir votos de Lula para Haddad, Ciro declarou que "o Brasil não é um laboratório".
"Não faz dois anos ainda que o Lula e eu apoiamos o Haddad na Prefeitura de São Paulo para tentar uma reeleição. O Haddad perdeu a eleição para o Doria, que é um farsante, e perdeu para o nulo e branco", comentou Ciro, ao fazer campanha em Jundiaí (SP). "A gente precisa ter um pouquinho de responsabilidade para saber que o Brasil não é um laboratório; o Brasil não aguenta mais experiências. A Dilma, afinal de contas, começa esse desastre que nós estamos vivenciando no País", declarou o candidato do PDT.
Questionado se estava afirmando que Haddad seria mais um "laboratório" do PT, Ciro desviou. "Chega de futrica. Vamos trabalhar." O pedetista não quis opinar sobre a capacidade de transferência de votos de Lula para Haddad. "Vocês é que vão dizer, né?", declarou a jornalistas, após rir com a pergunta.
Aliados de Ciro em São Paulo avaliam que o pedetista pode abocanhar parte do eleitorado de Lula no Estado apostando no discurso de que, com Haddad, as decisões de um eventual governo seriam tomadas de dentro da prisão, em Curitiba, onde Lula está desde abril.
"Ciro se torna uma alternativa segura para o eleitor. A chamada união da esquerda, que tentamos no primeiro turno, pode se dar agora de forma forçada", disse ao Broadcast Político o candidato do PDT ao governo de São Paulo, Marcelo Cândido. O candidato ao Senado Antonio Neto (PDT) acrescentou: "Agora que as coisas ficam mais claras, a possibilidade de Ciro cresce muito em São Paulo. O eleitor pensa em votar em alguém que não tenha que viajar a Curitiba para tomar decisões."
Bolsonaro
Ciro Gomes voltou a atacar o candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto no cenário em que o ex-presidente Lula não é apresentado como candidato. "Vai ficar muito claro que ele está interpretando um papel porque alguém que tem 28 anos de mandato, deputado federal do Rio de Janeiro, aliado do Sérgio Cabral, do Eduardo Cunha, de Picciani, e que foi deputado do partido do Maluf por mais de 12 anos vai falar que não é político? As pessoas agora vão começar a entender e dar o passo adiante", declarou Ciro.
A aposta do candidato do PDT é de que, a partir da metade de setembro, todos os presidenciáveis fiquem conhecidos e sejam melhor comparados entre os eleitores. Ciro afirmou que parte do eleitorado está "adoecida" e declara voto a Bolsonaro. "Existe aí uma fração da sociedade brasileira que adoeceu civicamente. Ele (Bolsonaro) não é senão intérprete de um sentimento primário, selvagem e violento que está aí num pedaço da sociedade brasileira."
FHC
Ao comentar a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao jornal Folha de S.Paulo, Ciro devolveu críticas ao tucano. FHC declarou que Bolsonaro antecipou para o primeiro turno uma disputa entre PT e PSDB e que Ciro é um "radical livre" cuja capacidade para presidir o País está comprometida. Ao rebater, Ciro usou a mesma expressão para se referir ao tucano. "O Fernando Henrique é um radical livre, ele fala o que ele quiser. Não tem um nenhum compromisso com o que ele diz de manhã com de tarde", comentou. "Por isso que o PSDB nunca mais ganhou uma eleição nacional no Brasil."
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