Por Marcelo Basso Em Noticias

Correção do pH pode diminuir a toxicidade da vinhaça

Pesquisa do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba, mostra que a toxicidade da vinhaça para organismos aquáticos pode ser reduzida por meio da correção do seu pH (acidez) para 6.5. Devido a sua rica composição em nutrientes, esse resíduo do processamento da cana-de-açúcar tem sido utilizado para irrigação dessa própria lavoura, no entanto, se aplicada em excesso no solo, pode contaminar corpos d’água.

A pesquisa foi conduzida no Laboratório de Ecotoxicologia do Cena, pelo biólogo Rafael Grossi Botelho, que tem realizado seus experimentos sob a orientação do professor Valdemar Luiz Tornisielo, e as análises mostraram que o pH menos ácido torna a vinhaça menos tóxica para o peixe Danio rerio, popularmente conhecido como Paulistinha, e para os microcrustáceos Ceriodaphniadubia eCeriodaphnia silvestrii.

Resultante da fermentação do caldo da cana de açúcar, a adubação por vinhaça resulta principalmente na elevação da fertilidade e enriquecimento do solo, ocasionando o aumento da produtividade devido a grande quantidade de matéria orgânica em sua composição química, tais como nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio. Porém, são inúmeros os danos que a vinhaça pode causar ao meio ambiente, principalmente na água, já que possui uma alta carga de matéria orgânica.

Ambientes aquáticos
“Quando este resíduo não é aplicado corretamente e em concentrações seguras, pode se deslocar para ambientes aquáticos”, relata Botelho. “Dessa forma, os micro-organismos da água degradam a matéria orgânica presente, ocasionando na diminuição do oxigênio. As consequências são grandes como, por exemplo, a mortandade de peixes e a perda de espécies”.

De acordo com a legislação, as indústrias que produzem vinhaça são obrigadas a cumprirem requisitos estabelecidos por norma pela Cetesb, que informa sobre os critérios e procedimentos para aplicação de vinhaça no solo agrícola.

“Em minha pesquisa, corrigimos o pH da vinhaça para 6,5, ou seja, a tornamos menos ácido, e, desta forma, concluímos que a sua toxicidade para organismos aquáticos foi reduzida”, concluiu o biólogo que tem seu estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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