Por Conteúdo Estadão Em Noticias Atualizada em 24 ABR 2020 - 11H26

Ibovespa cai 5% com mercado à espera de demissão de Moro

Os ativos brasileiros registram importante deterioração nos negócios desta manhã, com todas as atenções voltadas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, que pode anunciar sua saída do governo em entrevista coletiva marcada para as 11 horas.

Os ativos brasileiros registram importante deterioração nos negócios desta manhã, com todas as atenções voltadas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, que pode anunciar sua saída do governo em entrevista coletiva marcada para as 11 horas. O Índice Bovespa opera com queda em torno de 5%.

De acordo com o blog do jornalista Fausto Macedo, Moro vai anunciar sua demissão do cargo com uma declaração bastante contundente a respeito da sua decisão de deixar o governo após o presidente Jair Bolsonaro impor um nome para comandar a Polícia Federal.

A demissão de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral foi publicada na manhã de hoje no Diário Oficial da União. Já o blog BR Político afirma que, juntamente com a saída do governo, o ex-juiz da Lava Jato deve já dar o recado do que será sua atuação daqui para a frente, e explicitar as razões que o levaram a deixar o cargo.

Em meio ao clima adverso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou a live que faria às 10h30 para o Itaú Personnalité. A desistência foi anunciada poucos minutos antes do início do evento, que já contava com mais de 3 mil pessoas conectadas. No mercado, o temor é que Guedes seja o próximo a sair do governo, o que ampliaria ainda mais a crise política.

Às 10h53, o Ibovespa tinha queda de 4,78%, aos 75.863,49 pontos. Na mínima do dia, chegou a cair 5,01%. As bolsas americanas abriram em alta leve, sem forças para limitar as perdas por aqui. Na análise por grupos de ações, as piores quedas estão localizadas em papéis do setor imobiliário e de consumo. As ações de varejo recuam mesmo com a expectativa de retomada gradual de atividades, esperada para breve. Lojas Renner e Lojas Americanas, por exemplo, amargam perda de mais de 7%.

Para o estrategista Jefferson Laatus, o cenário atual é péssimo e será refletido nos negócios com ações, como já mostra o índice futuro. "A saída de Moro representaria o desmonte do 'ministério dos sonhos' do governo Bolsonaro. Muitos votaram em Bolsonaro por causa de sua equipe e ela está se desmontando", afirma. Para Laatus, mesmo que Moro anuncie que vai ficar no ministério, nada muda em termos de cenário.

No noticiário macroeconômico, destaque na última hora para o dado das transações correntes de março. Segundo o Banco Central, houve superávit de US$ 868 milhões no período, após déficit de US$ 3,904 bilhões em fevereiro. O número do mês ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 2,550 bilhões a superávit de US$ 1,321 bilhão (mediana negativa de US$ 300 milhões). Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 7,621 bilhões em março, acima das estimativas, que iam de US$ 4,700 bilhões a US$ 7,100 bilhões, com mediana de US$ 6,500 bilhões.

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