De acordo com o centro de monitoramento Copernicus, da União Europeia, 2024 se confirma como o ano mais quente da história da Terra. A instituição anunciou nesta segunda-feira (9) que novembro foi o mês mais quente já registrado, superando até o recorde de 2023, que já havia sido marcado por temperaturas extremas.
Neste período de 17 meses consecutivos, novembro foi o 16º mês em que a temperatura média global da superfície do ar ficou mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, limiar considerado crucial para evitar danos irreversíveis ao clima global. O aumento constante das temperaturas tem causado efeitos devastadores no planeta, com mudanças climáticas cada vez mais intensas.
Embora dezembro ainda não tenha terminado, o centro Copernicus aponta que é improvável que o aquecimento diminua, consolidando 2024 como o ano mais quente desde o período pré-industrial (1850-1900). Especialistas esperavam que a estação chuvosa, que chegou tardiamente em outubro, pudesse amenizar a situação, mas as chuvas foram insuficientes e chegaram com atraso em várias regiões, agravando a crise climática.
No Brasil, as altas temperaturas e a seca prolongada geraram impactos severos, especialmente no Norte do país, onde rios apresentam níveis extremamente baixos e a pouca chuva que caiu se evaporou rapidamente. Além disso, as queimadas ilegais, muitas ligadas ao desmatamento, têm se espalhado por áreas de vegetação seca, como em Santarém, no Pará.
Em novembro, cerca de 400 cidades enfrentaram seca severa ou extrema, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). Para dezembro, a previsão é que o número de municípios afetados chegue a 1,6 mil, abrangendo regiões do Norte ao Sul do Brasil. Além da seca, eventos climáticos extremos, como as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, são intensificados pelo calor, que aumenta a quantidade de vapor d'água na atmosfera e resulta em volumes maiores de precipitação.
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