BAURU, SP (FOLHAPRESS) - Faltavam algumas horas para a atualização da contagem de votos no estado da Pensilvânia quando Donald Trump deixou a Casa Branca na manhã deste sábado (7) para, cercado de seguranças e a bordo de um dos veículos blindados da Presidência, ir a Sterling, no estado da Virgínia.
A viagem rápida até a cidade, a cerca de 30 minutos de Washington, nada tinha a ver com a campanha de reeleição ou mesmo com sua empreitada para questionar judicialmente os resultados das apurações que apontavam sua derrota na disputa presidencial.
O republicano foi jogar golfe, esporte que figura no topo da lista de seus principais hobbies. Se o mundo inteiro não estivesse vivendo a expectativa de saber quando sairia o resultado das urnas americanas, o cenário poderia ter sido apenas um sábado de descanso para o presidente.
Não que o dia estivesse sendo muito tranquilo para ele. Durante a manhã, como se tornou um hábito nos últimos dias, Trump usou as redes sociais para vociferar, em letras maiúsculas, contra o que ele chama de fraude, golpe e roubo --os votos por correio que, contabilizados após as cédulas depositadas presencialmente, indicavam tendência que o deixava cada vez mais distante da Casa Branca.
As publicações chegavam a centenas de milhares de reações e compartilhamentos quase tão rapidamente quanto as ações do Twitter para sinalizar os conteúdos como "contestáveis" e "potencialmente incorretos".
Como se tentasse reafirmar o contrário, Trump chegou a dizer que havia ganhado a eleição de lavada. Não foi a primeira vez, já que, na última quarta-feira (4), algumas horas depois do fechamento das urnas, ele já tinha se declarado vencedor do pleito, embora não tivesse legitimidade para isso.
Não se sabe quão de "cabeça quente" estava o presidente no final da manhã deste sábado. Mas o que se viu foi um senhor de 74 anos, recuperado há pouco da Covid-19, vestido com um boné em que se lia "Make America Great Again" (faça a América grandiosa outra vez), indo praticar seu esporte favorito.
Porém, entre uma e outra tacada de Trump, a Pensilvânia atualizou os números da votação no estado e, sem nenhuma consideração pelo momento de descontração do presidente, chancelou a vitória de seu adversário do Partido Democrata, Joe Biden.
Com os 20 delegados aos quais o estado equivale no Colégio Eleitoral, Biden alcançou a marca de 273, do total de 538 votos possíveis, três a mais do que ele precisava para ser declarado presidente eleito dos EUA --mais tarde, somaram-se à cifra os seis delegados de Nevada, elevando o total a 279.
Os advogados de Trump rapidamente se pronunciaram e prometeram continuar a enxurrada de ações judiciais para tentar reverter os resultados, principalmente os da Pensilvânia, onde, segundo eles, mais de 600 mil cédulas foram fraudadas.
A julgar pela estranha ausência de Trump nas redes sociais nas horas seguintes à divulgação dos resultados e por sua expressão ao retornar à Casa Branca, talvez a partida de golfe não tenha sido assim tão animada.
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