Obrigado a "dividir" a presidente Dilma Rousseff na disputa com outros três postulantes ao governo, o concorrente do PT ao Palácio Guanabara, Lindbergh Farias, decidiu recorrer ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O comando da campanha do parlamentar quer levar Lula, já no primeiro dia de horário gratuito, em agosto, a seu espaço na televisão, para desequilibrar a corrida. O ex-presidente preencherá, de certa forma, espaço deixado por Dilma, cuja coordenação avisou que não dará privilégios a Lindbergh na briga por votos.
Há meses, o senador vive com o Palácio do Planalto uma relação ambígua e tensa. No fim da pré-campanha, no início de junho, assistiu à presidente Dilma Rousseff prestigiar eventos oficiais promovidos pelo governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB). Agora, o petista se prepara para ver a presidente participar da campanha do peemedebista e de mais dois postulantes da base aliada ao Palácio Guanabara, Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB). Aqui entrará Lula, como reforço para o senador.
"Lindbergh é plano do (ex-presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva)", disse a presidente ao então governador, Sérgio Cabral Filho (PMDB), em almoço no Palácio da Alvorada, em março passado. Com a afirmação, Dilma se desvinculou do movimento que rachou o grupo que comandou o governo desde 2007, hegemonizado pelo PMDB, mas com participação petista.
Lula foi, de fato, um dos estimuladores da candidatura Lindbergh. Costumava comentar no PT que considerava Pezão inviável como candidato. Conversou com o parlamentar várias vezes, inclusive acalmando-o quando o comando nacional petista freou o movimento de saída do governo Cabral. Agora, é aguardado no Rio de Janeiro, para participar da campanha ao lado do senador.
Segundo o coordenador da campanha de Dilma no Estado, vice-prefeito do Rio Adilson Pires, Dilma dará tratamento igualitário aos quatro concorrentes que a apoiam no Estado. Na coordenação de Lindbergh, essa diretriz foi recebida com ceticismo e ironia. Um assessor do candidato do PT disse ao Grupo Estado, sob compromisso de anonimato, que se a presidente realmente tratar os quatro da mesma maneira será "lucro" para Lindbergh. A percepção no PT do Rio é que Dilma privilegia Pezão e gostaria que o PT o apoiasse, como em 2010.
A impressão de má vontade do Planalto com Lindbergh se cristalizou na campanha a partir dos últimos meses de 2013. Na época, o grupo do senador propôs que o PT deixasse o governo Cabral para preparar a candidatura ao governo estadual. Por pressões feitas por meio da Executiva Nacional do PT, a decisão foi adiada várias vezes. Somente no fim de janeiro de 2014 os petistas - alguns visivelmente contrariados - deixaram os cargos no Estado.
Pesquisa
Reunida nesta sgeunda-feira, 21, a coordenação de campanha de Lindbergh avaliou que a última pesquisa DataFolha veio dentro das expectativas. A sondagem mostrou o senador em terceiro lugar, com 12% das intenções de voto. Com 14%, Pezão ficou em segundo, e Garotinho e Crivella dividiram o primeiro, com 24%. Para os coordenadores, somente o início da campanha no rádio e na televisão alterará o quadro.
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