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Candidata à presidência da OAB-SP, advogada criminalista Patrícia Vanzolini fala com Portal Meon

Jurista falou sobre suas propostas para o novo triênio de gestão da entidade

Escrito por Gabriel Campoy

12 NOV 2021 - 17H40 (Atualizada em 12 NOV 2021 - 18H24)

Reprodução

A advogada criminalista Patrícia Vanzolini, candidata à presidência da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo), visitou São José dos Campos na quinta-feira (11) para divulgar as propostas de sua chapa, que ainda tem o doutor e mestre em direito penal, Leonardo Sica, como vice-presidente.

As eleições da OAB neste ano contarão pela primeira vez com novas regras inclusivas. Para a formação das chapas, é necessário que 50% dos participantes sejam mulheres e 30% sejam negros.

Realizado obrigatoriamente e de forma presencial em 25 de novembro, o pleito que definirá o novo presidente da OAB-SP terá mais de 300 mil advogados e advogadas aptos a votar.

Patrícia, que, além de advogada, tem no currículo a vice-presidência da Abracim-SP (Associação dos Advogados Criminalistas de São Paulo) e duas obras literárias do tema produzidas, esteve no Portal Meon e discorreu sobre suas propostas para o novo triênio de gestão da entidade.


Machismo na OAB

Um dos temas de maior relevância e que ganhou bastante notoriedade após as novas regras de inclusão adotadas pela entidade foi o do machismo dentro do mundo advocatício.

Caso eleita, Patrícia se tornará a primeira mulher a presidir a OAB desde sua criação em 18 de novembro de 1930, portanto, há 90 anos.

“Achamos essencial a questão da representatividade. Por isso, colocamos uma mulher, eu no caso, como cabeça de chapa. No Conselho Federal, na Caasp (Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo) e na Secretaria Geral, também teremos pela primeira vez a candidatura de uma mulher, além disso, duas personalidades femininas do interior. Queremos que essa filosofia diversa e plural se mantenha para fazermos da OAB uma entidade para todos”, destacou Vanzolini.

A candidata citou também episódios diversos e relatos de advogadas em que constrangimento e assédio são registrados em ambientes de atuação.

“Todos os advogados e advogadas podem ter suas prerrogativas violadas. Os homens, inclusive, também. Mas as mulheres e os negros as têm violadas com mais frequência. Por, isso acreditamos que a comissão necessita de maior atenção a essas pessoas. Iremos implementar o canal de denúncias para que a mulher violada no trabalho, de forma moral ou sexual, denuncie perante à OAB”, afirmou.

Fim da reeleição e distanciamento da política partidária

Um dos pontos principais da chapa de Patrícia Vanzolini é o questionamento à política de reeleição. A advogada se diz contrária ao mecanismo por não permitir a alternância no cargo com mais facilidade.

“Somos contrários, tanto nas eleições da OAB quanto nas eleições civis para presidente e outros cargos executivos. O atual gestor, desde o primeiro dia em que esteve à frente da entidade, não fez outra coisa a não ser trabalhar para fazer política e buscar a reeleição. Eu, inclusive, tive eventos e palestras cancelados por estar na oposição. Isso é ruim para a advocacia em geral", relata Vanzolini.

Questionada se trabalharia para pressionar as autoridades responsáveis para extinguir o sistema de reeleição, Patrícia afirmou não ser possível fazer isso com uma “canetada”, mas destacou que sua gestão levantará essa bandeira.

“A OAB de São Paulo é muito forte e influente em Brasília. Acreditamos que falta vontade para desatinar a questão da reeleição. Nossa gestão, caso eleita, irá conversar com a classe política para discutir essa questão em âmbito executivo. Acreditamos que o melhor para o país é a alternância de poder e a reeleição prejudica bastante isso”, enfatizou.

A advogada repudiou também a veiculação político-partidária que, segundo ela, nos últimos anos, vem crescendo dentro da entidade. De acordo com Patrícia, a OAB deve ser “guardiã da advocacia e da democracia, não de partido X ou Y”.

“É importante que a entidade não tenha nenhuma veiculação político-partidária. Quando temos líderes da nossa instituição se filiando a partidos e saindo como candidatos, há política partidária. É necessário a desvinculação política e coragem de se manifestar em nome da advocacia. A OAB precisa se manifestar diante de grandes e não ser omissa ou covarde. Nós podemos perguntar à advocacia o que ela pensa a respeito de temas relevantes e, dessa forma, a posição do líder será, de fato, representativa, e não uma posição pessoal”, concluiu a candidata.

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