Jogador suspenso por ‘ameaçar’ Lula tem pena convertida

O jogador de vôlei Wallace, do Sada Cruzeiro, teve a pena de três meses e 15 dias de detenção substituída por multa de R$ 20 mil. O jogador de vôlei é acusado de incitar a violência em um post nas redes sociais em que ameaçou o presidente Lula.

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A decisão é do juiz federal Jorge Gustavo Serra de Macedo Costa, de Belo Horizonte, foi publicada nesta terça-feira (21). Segundo a magistrado, o atleta agiu com dolo ao instigar a prática do crime de homicídio contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma publicação nas redes sociais.

"Essa instigação, no contexto político instaurado no País à época, seria facilmente capaz de inspirar que o comportamento sugerido migrasse do plano das ideias para o plano da realidade" afirmou o juiz. A sentença foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.

"Esse estímulo se ampliou diante o compartilhamento do assombroso resultado da enquete, indicativo de que a maior parte do público executaria o homicídio da autoridade máxima do país, o que poderia encorajar o efetivo cometimento do fato sob a justificativa falaciosa de refletir a 'vontade da maioria' [...] A postagem em questão teve, inquestionavelmente, o potencial de estimular ou mesmo reforçar eventual propósito existente em parte daqueles que por ela foram alcançados, revelando-se inconteste que configurou incitação à prática de homicídio do Presidente da República", destacou o juiz.

Wallace foi suspenso pelo COB - Comitê Olímpico Brasileiro - e também pelo Cruzeiro, clube no qual jogava o campeão olímpico na época.

Relembre o caso

No dia 31 de janeiro de 2023, Wallace postou na rede social Instagram, a seguinte mensagem: "Daria um tiro na cara de Lula com essa 12? Alguém faria isso? Sim ou Não?", com uma sequência de postagens em um stand de tiro. O jogador é apoiador declarado do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Após grande repercussão, Wallace apagou a postagem e se desculpou pela atitude. Na época, o atleta foi suspenso temporariamente pelo Cruzeiro, além de ser suspenso pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Wallace também foi banido de todas as competições de vôlei até o fim da temporada, mas recorreu da decisão e defendeu o time de Belo Horizonte na final da Superliga, mesmo sob ameaça de punição nos bastidores.