Sexta-feira, 16 de Outubro de 2020

Meon Jornal - 2a Ed.

Eleições virtuais e candidatos cada vez mais distantes

A pandemia da Covid-19 mudou por completo o cenário das eleições em 2020, tanto para os políticos quanto para os eleitores. A classe política, que já estava distante do eleitorado, apresenta-se cada vez mais insegura quanto à largada da campanha, visto que a distância antes comportamental, agora também é física. Nas ruas, saia justa: aventurando-se em um eventual corpo a corpo com a população, são chamados de ‘oportunistas’ e o isolamento social para pedir voto não vale, moral da história, perdem votos. Por outro lado, não ir para a rua deixa aquela sensação de campanha morna ou derrotada, algo que também espanta o eleitor, principalmente nas cidades menores de nossa RMVale. Isto posto, perdem votos também. Sobraram as redes sociais, que já não comportam mais tantas selfies e vídeos dos candidatos pedindo nosso voto.

O “BBB” criado por conta da pandemia e a necessidade do contato do político com o eleitor têm evidenciado ainda mais a falta de preparo de grande parte dos candidatos para o exercício da função a que se dispõem a exercer. Muitos levam a eleição como eventual “15 minutos de fama”, propagada por Warhol nos anos 60, que por conta da celeridade da internet já foram reduzidos à 15 segundos. Chegam ao ápice exibindo seu dia-a-dia: como acordam, o que tomam no café da manhã, como escolhem a roupa - na maioria das vezes errada para a ocasião. Bom, tudo bem, mas e as propostas? Continuam sem pé nem cabeça.

Os prefeitos, ao menos os que fizeram o dever de casa e tentam a reeleição, até tentam mostrar para os neófitos que não adianta prometer chegar a Marte em uma semana, pois 70 milhões de quilômetros nos separam. Adianta? Claro, que não. Os novatos insistem em bordões, frases prontas e a promessa absurda de recriar as cidades em 7 dias. O que sobra para nós, reles mortais, com direito ao voto e enfrentando a possibilidade de nos contaminarmos com o coronavírus no dia da eleição? A certeza de que a classe política só torna-se uma subclasse profissional se escolhermos os piores e, no meio dos quase 600 candidatos a vereador, só em São José dos Campos, há boas escolhas e excelentes possibilidades. Escolha seus representantes e seja co-eleito, participando do mandato de perto.

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Por Redação, em Jornal

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