No corpo humano, os olhos são responsáveis por identificar as ondas de luzes, cores e formas geométricas que são enviadas ao cérebro, nos possibilitando enxergar o mundo à nossa volta. Assim também é na comunicação. Como no ditado popular que diz “os olhos são a janela da alma”, o design é responsável pela primeira mensagem de uma empresa. Através de um símbolo, o design nos possibilita chegar ao coração da marca.
Nesta sexta-feira (5) é comemorado o dia desses “olhos” que tanto impactam a nossa vida: os designers gráficos.
Você sabia que grande parte do que você vê e toca é design gráfico? O símbolo de uma organização e a cor do logo de uma empresa de mobilidade, cada detalhe possui um grande significado por trás e condiciona o cliente ao propósito da empresa.
Historicamente desde o período da pré-história através da arte rupestre, a comunicação a partir das formas tem se mostrado significativa. Com o passar dos anos, a influência de ideias vanguardistas e movimentos políticos, provaram que quando a falta de leitura era uma barreira para o comunicador, o poder da imagem tornou-se um idioma universal.
A verdade é que esse profissional está longe de ser apenas o responsável por uma arte em um photoshop, já que em um mundo de tantas inconstâncias, inovação e tecnologia, comunicar de forma criativa vem sendo um desafio. E a partir disso, trouxe dois especialistas no tema para compartilhar sobre suas vivências como designers gráficos em comemoração desse dia tão importante.
“Design gráfico é a missão de transferir para uma peça impressa o conjunto de informações (por meio de texto, imagens ou ilustrações) de uma forma clara, objetiva e de entendimento do público alvo“ explica Diego Ribeiro - coordenador de comunicação e marketing do Grupo Vitae Brasil - publicitário formado pela Univap e pós-graduado em Mídias Digitais.
Ele destacou a peça impressa por falar do conceito inicial de design, mas atualmente ele se estende a criação de materiais para diversos canais como o mercado on-line e off-line. Hoje em dia, os profissionais que atuam nesta “missão” são chamados de “criativos” dentro de uma agência ou equipe de comunicação.
“O designer gráfico atua diretamente na composição visual das peças de comunicação. Ela precisa seguir técnicas, bom senso e experiência” diz Diego.
Além disso, para que o produto final seja de qualidade e adequado aos diversos processos de produção, ele explica que é substancial o uso de softwares apropriados para desenvolvimento dos layouts.
“Vale destacar que, assim como em todas as profissões, o designer não trabalha sozinho. Ele tem um aliado muito importante que é o redator (atualmente também conhecido como copy) e precisa ser munido de muita informação que vem da equipe de planejamento e atendimento” esclarece Diego.
“O designer gráfico é extremamente importante, porque ele quem consegue traduzir todas as informações recebidas do briefing para o papel (ou um peça online) de forma que consiga cumprir o objetivo proposto “ afirma o publicitário.
Transformar uma ideia em símbolos, utilizando as cores e sentidos certos de forma que consiga chegar ao público validando um conceito, não é algo simples. Isso remete uma frase muito significativo de um importante designer gráfico brasileito chamado Rafael Cardoso onde ele diz o seguinte:
“Se não existem soluções universais e permanentes, é porque o definitivo não faz parte do sistema dinâmico em que vivemos. Tudo muda o tempo todo, e o design existe não para reverter esse quadro de instabilidade, mas para ajudar as pessoas a usufruírem dele com maior fluidez e segurança.”
“Hoje em dia, com a evolução do acesso aos dispositivos digitais, softwares e aplicativos, é muito comum algumas pessoas se intitularem como “designer gráfico” e neste ponto encontramos um problema” explica Diego.
"É muito comum pessoas aprenderem a “usar” estes softwares e saírem vendendo seus serviços sem o embasamento teórico e prático da profissão. Temos o costume de chamar essa galera de micreiros”`acrescenta.
E é com esse fluxo de pensamento que Beatriz Latanzi, analista de comunicação e publicitária formada pela Univap, pós-graduada em gestão em marketing pela FAAP, expõe sua opinião sobre os desafios de sua profissão.
“Eu acredito que em geral o principal desafio que o profissional de comunicação enfrenta é a desvalorização'', afirma a publicitária, “com aplicativos que facilitam a produção de conteúdo, principalmente na área do design gráfico, fez com que nós perdêssemos grande credibilidade, pois tornou-se algo “fácil” de se fazer. Então, em meio a esse cenário, ser inovador realmente é um desafio”, diz Beatriz.
Outro ponto muito importante que ela apontou, como uma dificuldade para produzir conteúdos gráficos principalmente durante a pandemia, foi o emocional.
“A saúde mental é algo que impacta diretamente em nossas vidas, é muito difícil lidar com bloqueios internos, ou seja, você externar algo bom, quando você não está bem internamente” explica.
“Então vencer essas barreiras de procrastinação (que às vezes é bom, pois é no ócio principalmente que estimulamos o processo criativo) é muito importante para que o trabalho consiga sair bem feito” acrescentou a designer.
“O olhar criativo de um designer gráfico está relacionado a forma como ele vive, os lugares que frequenta, as músicas que escuta, as pessoas que conversa, seus gostos e desgostos. Criatividade é repertório, e é preciso estar atento e observando tudo ao redor para “invocar” essas memórias no momento de uma criação” explica Beatriz.
“É preciso orientar o cérebro, estruturar os pensamentos, exercitar a criatividade fazendo tudo aquilo que foge do senso comum. O bom criativo entende que a “criatividade” é um encontro de oportunidade e planejamento. Todos somos criativos, basta treinar.“ aperfeiçoa a publicitária.
Os entrevistados expuseram seus pensamentos e deixaram suas reflexões acerca da comemoração do dia dessa profissão tão incrível.
Beatriz terminou dizendo uma frase muito interessante sobre seu olhar clínico de designer, onde ela afirmou que a vida precisa ser mais criativa.
“É quando sinto tristeza, raiva, inquietação, que conecto com as verdadeiras e profundas partes de mim, pois o sentir tem muito força.” acrescentou a publicitária.
Já Diego afirmou que todas as profissões precisam passar por um processo de especialização e capacitação para exercer a função de uma maneira responsável e com entregas de bons resultados. Ele ainda completou com um lindo pensamento:
“O mais importante não é saber apertar o parafuso. É saber apertar o parafuso correto”
Com isso aprendemos como o designer gráfico é um profissional substancial, tanto na comunicação, como em nossas vidas, pois são eles os olhos que nos permitem ver a criatividade através de representatividade.
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
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