O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, espera que o crescimento do carteira de crédito do banco se acelere ao longo deste ano com a aprovação da reforma da Previdência no segundo semestre. "Tivemos um bom crescimento do crédito neste primeiro trimestre e o ritmo das concessões, principalmente em março, nos encoraja a acreditar que nossa meta de crédito é factível para este ano", afirmou, em conversa com jornalistas.
A carteira de crédito do Itaú somou R$ 647 bilhões ao fim de março, aumento de 1,6% ante dezembro e de 7,7% em um ano. O banco manteve a projeção para a expansão dos empréstimos neste ano, entre 8% e 11%. "Contamos com aprovação da reforma da Previdência no segundo semestre para acelerar os investimentos, o crédito", disse ele.
Do lado da inadimplência, Bracher disse que o aumento do custo do crédito no primeiro trimestre está em linha com o de outros anos. Reflete, porém, aumento dos atrasos no mesmo período do ano passado "excepcionalmente baixo" e ainda dois casos de pessoas jurídicas que entraram em atraso no período, mas que já estavam 100% provisionados.
Maquininhas
Bracher, afirmou ainda que vê com muito bons olhos o movimento capitaneado pela concorrente Cielo, que sugeriu aos órgãos reguladores a implementação de um custo efetivo total (CET) no mercado de maquininhas. "Se o custo efetivo total for levado a frente vamos apoiar", afirmou.
Controlada por Bradesco e Banco do Brasil, a Cielo sugere que o CET seja a soma de todas as despesas que varejistas e empreendedores têm para aceitar transações com cartões em seus negócios, incluindo a compra ou aluguel do terminal, as taxas de desconto cobradas por transações e ainda o preço para antecipar os recebíveis de cada estabelecimento.
No setor bancário, o movimento de inclusão do custo efetivo total ocorreu em 2007. A implementação do CET na concessão de crédito foi bem aceita à época, à medida que trouxe mais transparência para os consumidores do quanto pesava no bolso determinado empréstimo, incluindo os juros, tarifas e seguros cobrados pelas instituições financeiras.
A falta de transparência nas ofertas feitas no setor de maquininhas se tornou uma das principais queixas dos varejistas. Representantes defendem a comunicação mais clara e regras bem definidas em um mercado cuja concorrência disparou.
A Rede, do Itaú, começou a praticar esta semana taxa de até 3,49% para antecipar recebíveis a lojistas com faturamento anual de no máximo R$ 30 milhões, pagando os clientes en dois dias e não mais nos tradicionais 30 dias. Com a ofensiva, eliminou uma das taxas, consolidando apenas um custo desde que o comerciante receba seus pagamentos no Itaú.
Ao rebater críticas de concorrentes de que a medida de sua controlada de isentar a antecipação de recebíveis a lojistas se justifica pelo poder econômico do banco, Bracher afirmou que todos os adquirentes têm condições de se financiarem no mercado a "taxas competitivas" e seguir o mesmo movimento.
"O guidance (expectativas) que reduzimos reflete o aumento da competição no mercado de adquirência e cartão. Não tenho nenhuma ilusão de que a competição vai se arrefecer", disse Bracher. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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