O juiz Sérgio Moro antecipou sua saída da magistratura, após 22 anos de carreira, para assumir imediatamente um cargo executivo na equipe de transição de Bolsonaro, governo do qual fará parte como superministro da Justiça e Segurança Pública.
Inicialmente, Moro havia solicitado férias relativas a um período que estava em aberto e se desligou dos processos da Lava Jato, que conduziu por 4 anos e sete meses. Ele planejava se despedir da toga só no final de dezembro, para efetivamente poder ser nomeado ministro de Bolsonaro.
Nesta sexta, 16, porém, para evitar "eventuais surpresas", segundo interlocutores seus, o magistrado formalizou o pedido de exoneração. O presidente do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), desembargador Thompson Flores, publicou ato que afasta para sempre Moro da toga a partir de segunda, 19.
Na carta em que dá adeus à toga, Moro reitera seu "pesar" por deixar a magistratura.
O magistrado destacou, no texto: "Houve quem reclamasse que eu, mesmo em férias, afastado da jurisdição e sem assumir cargo executivo, não poderia sequer participar do planejamento de ações do futuro governo."
"Assim, venho, mais uma vez registrando meu pesar por deixar a magistratura, requerer a minha exoneração do honroso cargo de juiz federal da Justiça Federal da 4.ª Região, com efeitos a partir de 19 de novembro de 2018, para que eu possa então assumir de imediato um cargo executivo na equipe de transição da Presidência da República e sucessivamente ao cargo de Ministro da Justiça e da Segurança Pública."
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