Um inquérito policial será instaurado para apurar as causas e as responsabilidades pelo dano causado ao acervo e ao edifício do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, informou nesta segunda-feira, 3, a Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral da República.
O acervo de aproximadamente 20 milhões de peças foi praticamente inteiro destruído por um incêndio na noite deste domingo, 2. O Grupo de Trabalho Patrimônio Cultural e o colegiado da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (MPF) lamentaram o ocorrido.
Em nota divulgada nesta segunda, o Grupo de Trabalho e a Câmara destacaram que as restrições orçamentárias, a "drástica redução de investimentos" e o loteamento político de cargos de gestão da cultura afetam diretamente a preservação do patrimônio cultural e inviabilizam as possibilidades de sucesso nos projetos nacionais, regionais e locais.
"A perda é irreparável e a falta de estabelecimento de prioridades das políticas públicas na área cultural afetam não somente o Brasil mas toda a humanidade. A reconstrução do seu prédio apenas preservará o referencial arquitetônico daquele monumento, mas jamais os tesouros que compunham seu acervo", diz a nota.
No Rio para reuniões, a chefe do MPF, procuradora-geral da República Raquel Dodge, disse que a população amanheceu de luto "pela grande perda para o patrimônio cultural brasileiro e mundial".
Para ela, "essa tragédia" deve despertar "a urgência de preservar a memória". "A memória é o alicerce da vida, nos ensina o que somos e nos identifica. Sem memória, perdemos referências e corremos o risco de repetir erros ou de não compreender a escala positiva de nossos avanços", disse.
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