O general reformado Nilton de Albuquerque Cerqueira, do Exército, não permitiu que a imprensa acompanhasse seu depoimento à Comissão Nacional da Verdade, na manhã desta terça-feira, 29, no Arquivo Nacional, no Centro do Rio. O oficial chegou com uma hora de atraso ao depoimento, que estava marcada para as 9 horas. Estava acompanhado do advogado Rodrigo Roca.
No depoimento, espera-se que o general fale sobre o atentado ocorrido em 1º de maio de 1981 ao centro de convenções Riocentro (zona oeste do Rio), onde ocorria um show de música popular. Também deverá ser perguntado sobre a guerrilha do Araguaia, na primeira metade dos anos 70, em áreas do Pará, Maranhão e Goiás (hoje Tocantins), e sobre a Operação Pajuçara, que resultou na morte a tiros do líder guerrilheiro Carlos Lamarca, em 17 de setembro de 1971.
Na época do atentado ao Riocentro, Cerqueira era comandante geral da Polícia Militar (PM) do Rio. De Brasília, ele teria mandado suspender o policiamento na área do centro de convenções. O general é acusado pelo Ministério Público Federal da prática de homicídio doloso por motivo torpe, uso e transporte de explosivos e associação criminosa armada. Esta é a segunda vez que Cerqueira depõe na Comissão Nacional da Verdade.
Entre dezembro de 1973 e fevereiro de 1974, Cerqueira atuou na operação militar do Araguaia, que nas contas da Comissão Nacional da Verdade, matou 41 militantes do PC do B que tinham sido vistos com vida por camponeses em poder dos militares.
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