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Em vídeo, Trump pede união para seguir adiante e não cita impeachment

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca de duas horas após a Câmara aprovar o impeachment de Donald Trump nesta quarta-feira (13), o presidente publicou um vídeo pedindo união. Sem mencionar o processo que tenta tirá-lo do poder, condenou enfaticamente a invasão do Capitólio na semana passada --que chamou de calamidade.

"A violência e o vandalismo não têm absolutamente nenhum lugar em nosso país e nenhum lugar em nosso movimento. Tornar a América Grande Novamente [seu slogan de campanha, Make America Great Again] sempre foi uma questão de defender o Estado de direito", disse o republicano, atrás de sua mesa na Casa Branca.

No vídeo, publicado pela conta oficial do governo dos EUA, ele também afirmou que os participantes do ataque que deixou cinco mortos serão julgados e que sabe que novas ameaças estão sendo planejadas.

"Sem violência, sem desrespeitar a lei, sem vandalismo", pediu o presidente.

Em uma referência indireta ao processo de impeachment, Trump disse que os americanos deve "superar as paixões do momento". "Aliviar as tensões, acalmar os nervos e ajudar a promover a paz em nosso país."

Ele também fez uma menção indireta à decisão de plataformas de bloquearem suas contas nas redes sociais. "Os esforços para censurar, cancelar e colocar na lista negra nossos cidadãos estão errados e são perigosos. O que é necessário agora é ouvirmos uns aos outros, não nos calarmos", disse.

O impeachment de Trump foi aprovado na Câmara dos Representantes com 232 votos a favor, sendo 222 de democratas e 10 de republicanos. Já 197 correligionários de Trump votaram contra o pedido, e 4 se abstiveram. Ao todo, há 435 parlamentares na Câmara --dois assentos estão vagos no momento.

A Câmara já havia aprovado outro processo de impeachment de Trump em 2019, mas ele foi inocentado depois pelo Senado. Naquela ocasião, nenhum deputado republicano votou contra o presidente. Ele é o primeiro presidente da história do país a ter dois impeachments aprovados na Câmara dos Deputados.

A ação agora segue para o Senado, onde precisará ser chancelada por mais de dois terços (67 de 100 senadores) dos parlamentares. Trump só é obrigado a deixar o cargo se for condenado na Casa, e ainda não há uma data definida para que o julgamento seja realizado.

O mandato do republicano termina em 20 de janeiro, e é pouco provável que o impeachment seja aprovado até lá. Mesmo que Trump já esteja fora da Casa Branca, o processo deve continuar, com o objetivo de retirar direitos políticos e impedir que ele volte a disputar a Presidência.

Nos EUA, o afastamento prevê duas penas: a perda de mandato e a proibição de que o réu volte a ocupar cargos federais, este último a depender de uma votação por maioria simples, também no Senado, após a condenação.

Iniciado pela bancada democrata, o pedido de impedimento tem como base o discurso de incitação à insurreição e à violência que motivou a invasão do Congresso americano por uma multidão de apoiadores de Trump.

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