Edmond Mulet, assistente do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para operações de paz, alertou o Conselho de Segurança nesta quarta-feira para a nova onda de violência no Sudão do Sul, que tem levado o país na direção de uma "catástrofe humanitária". O funcionário informou aos membros do conselho que os ataques das milícias sudanesas deixaram mais de um milhão de pessoas desabrigadas. Quase 500 mil civis foram obrigados a se refugiar em outros países.
A falta de recursos, principalmente alimentos, piorou a situação dos sudaneses. Cerca de quatro milhões de pessoas correm o risco de ficarem na miséria. Existe uma "preocupação crescente com a fome no país", disse Mulet. Só neste ano, 50 mil crianças podem morrem por causa da má nutrição.
"Após três anos de independência, o Sudão do Sul está às margens de uma crise humanitária e um conflito interno prolongado", afirmou Mulet ao conselho. "Essa é uma crise criada pelo homem, e aqueles responsáveis têm sido lentos na resolução do problema".
O embaixador do Sudão do Sul, Joseph Moum Malok, respondeu que seu governo estava comprometido a chegar a um "acordo final para o conflito por meio de negociações". Segundo ele, porém, o país foi "obrigado a reagir como forma de autodefesa para proteger seus cidadãos".
Os diálogos de paz entre o governo do Sudão do Sul e os militantes rebeldes na Etiópia recomeçaram na segunda-feira, mas ainda não avançaram. Autoridades internacionais temem que a violência na fronteira entre os dois países leve a uma guerra civil.
No esforço para controlar o conflito, uma força-tarefa de apoio começa a ser montada, afirmou Mulet. Veículos blindados estão sendo levados para Bunj, no epicentro do combate, para proteger os funcionários da ONU, voluntários e civis dentro das instalações das Nações Unidas. Mais de 3.500 soldado foram enviados. Um batalhão de infantaria, helicópteros militares e aeronaves devem seguir o mesmo caminho em outubro. Quatro unidades de polícia chegarão ao Sudão do Sul nos próximos seis meses.
"O tamanho das operações humanitárias no Sudão do Sul chegou ao nível em que constitui a maior ação de apoio em um único país", afirmou o secretário da ONU. Fonte: Associated Press.
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