O relator da CPI da Petrobras do Senado, José Pimentel (PT-CE), afirmou nesta terça-feira não ter feito qualquer combinação de perguntas e respostas com investigados pela comissão de inquérito. "Eu nunca me reuni com nenhum depoente da CPI da Petrobras durante o curso da investigação. Eu não orientei o depoimento de qualquer investigado", disse, em discurso da tribuna da Casa. "Jamais cometi qualquer ato que viesse a envergonhar os cearenses ou os pares do Congresso", declarou, no pronunciamento.
O caso veio à tona no final de semana após a revista Veja ter revelado um vídeo no qual depoentes representantes da Petrobras conversavam sobre um suposto "gabarito" das apurações. O acerto teria envolvido integrantes da estatal, parlamentares e assessores.
Em discurso, o petista disse que a assessoria técnica da CPI jamais produziu "qualquer questionamento com sua respectiva resposta". "Chegamos a produzir até 130 perguntas por depoente, mas nunca fizemos com perguntas acompanhadas por respostas. Considero qualquer afirmação ou insinuação nesse sentido leviana e irresponsável", criticou. José Pimentel ressaltou que, para preservar o significado do trabalho que vem sendo desenvolvido pela CPI, pediu investigações no âmbito do Senado.
Durante o discurso, o petista foi aparteado por colegas de partido, em defesa dele. "É lamentável estarmos assistindo agora a essa tentativa de ter uma cortina de fumaça para dizer que há questões erradas em relação aos depoimentos. Qual é o crime, o que é que se cometeu, o que é que se vazou? Eu reforço aqui: se houver alguma ação, e ainda não há, é litigância de má-fé por interesse eleitoral", criticou a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
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