Por Renan Simão Em RMVale

De selfie na capela das velas à mensageira de 50 bênçãos: as pessoas de fé no Dia da Padroeira

Além de pedidos e agradecimentos, se alguém tivesse de lembrar apenas uma coisa neste domingo (12), Dia de Nossa Senhora Aparecida, seria o calor. Desde ao bafo quente da manhã ao meio-dia, o sol não deu trégua para os mais de 180 mil católicos que visitaram o Santuário Nacional da padroeira do Brasil, o maior número nos últimos 11 anos da festa. 

Mas a alta temperatura próxima dos 35º C não impediu que Márcia Amâncio, 27 anos, atravessasse de joelhos os 392 metros de extensão da passarela que liga a Basílica nova à antiga. No meio do caminho, notava-se somente o silêncio dela e da família que a acompanhava. Quando chegou ao fim, empapada de suor como todos ali, abraçou e beijou a mãe, Elizabeth Rosa, 50 anos, às lágrimas.

“A gente vem todo ano, mas foi a primeira vez que fiz isso. É que a minha mãe quase morreu de pneumonia, pedi para Nossa Senhora curar e deu certo. Vim aqui agradecer. Ela até parou de fumar”, conta a paulistana auxiliar técnica de saúde bucal. A mãe disse: “parar de fumar é muito difícil, mas Nossa Senhora há de ajudar”.

No horizonte, ainda havia mais de dez pessoas também atravessando o caminho ajoelhados, ainda antes da missa das 9h, em que cerca de 35 mil assistiram à celebração mais aguardada do 12 de outubro. Os fiéis viram Agnaldo Rayol cantar "Ave Maria" e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fazer a primeira leitura da solenidade. Os milhares que ficaram de fora ouviam de longe o sermão ou rezavam de outra maneira.

Selfie
Giusé da Silva, 32 anos, fazia preces em um dos lugares mais procurados do santuário, a Casa de Velas. Ali, religiosos acendem velas -de 15 cm a dois metros de altura- para entes queridos ou para agradecer realizações pessoais.

O pintor de paredes havia pedido no ano passado para sair do aluguel. “Consegui minha casinha e vim aqui agradecer”, diz Giusé, que é de Teresina (PI) não sem antes tirar uma selfie (autorretrato) próximo ao paredão de velas, com sorriso sincero.

Onde quer que estivesse, a sombra era um espaço cobiçado para cada um dos fiéis. Sob árvores ou qualquer teto, encostadas em colunas ou sentadas nos lances das escadas, centenas de pessoas se protegiam do calor como podiam.

A mãe Ivanirde Peixoto, 78 anos, e a filha Cleusa Peixoto, 52 anos, se escondiam na sombra da Basílica, sentadas no degrau da escada.

"Foram nove horas de ônibus, saindo de Curitiba. Não vou pedir nada, viemos só agradecer", diz Ivanirde, aposentada. Com naturalidade, Cleusa, funcionária pública, conta que trouxe uma lista de 50 nomes de familiares e amigos para depositar na Sala das Promessas, um em especial para a amiga que passou por cirurgia.

"Quando a gente vem, já têm uns amigos que falam: 'ah, reza lá por mim'. Mesmo quando a pessoa está longe, a bênção dá certo. É muito bom falar que rezei por eles".

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